Zona Franca de Manaus sente os efeitos da crise
A crise econômica pela qual passa o Brasil acabou refletindo também nos resultados da Zona Franca de Manaus. Contabilizado em dólares, o faturamento do primeiro trimestre da região registrou queda de 37% em relação a igual período de 2015. Considerando o número de postos de trabalho, eram 83,2 mil em março, contra 104,7 mil em dezembro, chegando a uma redução de aproximadamente 20%.
A participação dos segmentos na receita total também apresentou novidades no primeiro trimestre. O setor de duas rodas, que respondeu por 17,2% do faturamento entre janeiro e março de 2015, atrás apenas da indústria eletroeletrônica, caiu para o quarto lugar, com 14,8%. Perdeu espaço para bens de informática e setor químico, com 18,5% e 15,2% de participação, respectivamente.
O cenário da região acompanha o nacional. Estimativas da CNI (Confederação Nacional da Indústria) apontam para retração de 3,1% do PIB em 2016. Segundo a entidade, a indústria continuará retraída, mesmo com o real desvalorizado impactando positivamente nas exportações e na competitividade dos produtos nacionais frente os importados. Referente ao desemprego, a taxa média anual deve atingir 11,5% da População Economicamente Ativa (PEA).
“As expectativas no curto e médio prazo não são boas. O governo federal precisa adotar medidas que freiem a recessão e estabilizem a economia, para que a confiança do consumidor e do investidor seja retomada. Assim, poderemos entrar em um círculo virtuoso. No entanto, as mudanças não acontecem do dia para a noite”, afirma Wilson Périco, presidente do CIEAM (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), estimando queda de 18% no faturamento da ZFM neste ano, comparado a 2015.
Para o ano, a expectativa é de que o faturamento recue em até 18%, caso a economia não apresente nenhum sinal de melhora.
Despesas compartilhadas na Zona Franca de Manaus
Para superar esse momento, a aposta é na cooperação entre as indústrias instaladas no polo. “Para reduzir custos e, consequentemente, tentar frear as demissões, as empresas estão estudando alternativas, como o compartilhamento de despesas com transporte, convênio médico, vales-alimentação e refeição. O poder de negociação com os fornecedores é melhor quando oferecemos maior número de beneficiários”, explica Périco.
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