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No Brasil, em média, são realizadas 21.169 transações com cartão de crédito e débito por minuto. Em dez anos, essa modalidade de pagamento cresceu 540% e o volume movimentado por ela passou de R$ 170 bilhões para R$ 1,08 trilhão, de acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).

Esse crescimento mostra que o cartão de crédito deixou de ser um item restrito e luxuoso e se tornou popular. O problema é que, com isso, ele se transformou em um dos maiores responsáveis pelo endividamento das famílias brasileiras. Mas o que ocasiona a dívida? Alguns dos principais itens são as taxas de juros e falta de conscientização das boas práticas no uso desse recurso de pagamento.

Além dos juros altos no caso de não pagamento do valor total, as facilidades dos cartões de crédito motivam as pessoas a comprarem por impulso. Assim, muitos esquecem que essa modalidade de pagamento nada mais é que o registro da intenção de pagamento, que deverá ser honrado dias depois, no vencimento da fatura.

Quando não têm condições de pagar o total gasto, clientes recorrem ao mínimo, ao parcelamento ou ao pagamento de um valor intermediário entre o mínimo e o total. Nestes três casos há incidência dos maiores juros do mercado sobre o valor remanescente. E é aí que inicia todo o problema.

Mas, segundo o economista do portal O Economista, Celso Ricardo Salazar Valentim, o cartão de crédito nem sempre é um vilão. “É um facilitador de compras, além de garantir mais segurança e conforto em muitas transações sem que seja necessário levar dinheiro em espécie para todos os ambientes. Porém, mais do que a comodidade, vale reforçar que ele permite que você compre algo hoje sem efetivamente ter o dinheiro na hora, mas o gasto deve ser planejado e o orçamento comportar o investimento”. Para Valentim, desta forma, o cartão será um aliado e cumprirá bem sua função de crédito.

História do cartão de crédito

Criado em 1920, em Nova York, para uso em restaurantes, hotéis e postos de gasolina da cidade, era oferecido aos clientes mais fiéis e dispensava, como hoje, o uso de dinheiro ou cheque. Vendo que estavam perdendo o controle de mercado para esses estabelecimentos e essa prática de pagamento, por volta de 1951 as instituições financeiras dos Estados Unidos começaram a produzir seus próprios cartões. No Brasil, essa nova forma de pagamento chegou em 1956. Mas só nos anos 1990, com a criação do plano Real, ele foi se popularizando, já que, até então, era uma ferramenta elitizada.

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