Trabalhadores com ensino fundamental sofrem mais com desemprego
Em um momento de crise econômica e números recordes de desemprego, o nível de escolaridade vem fazendo a diferença na busca por emprego. De janeiro a maio deste ano, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), apenas os trabalhadores com nível fundamental apresentaram resultado negativo, registrando a perda de 102,5 mil vagas.
Os trabalhadores com nível superior foram os que apresentaram os melhores resultados. Nos primeiros cinco meses de 2017, eles acumularam 84,65 mil novos postos. Aqueles com ensino médio fecharam o período com um saldo positivo de 43,1 mil vagas.
Considerando apenas o mês de maio, quando trabalhadores de todas as faixas etárias tiveram desempenho positivo, os graduados em nível superior apresentaram melhor desempenho.
O saldo de empregos dos trabalhadores com ensino superior (completo ou incompleto) correspondeu a 4,5% das admissões, enquanto que para os empregados com até o ensino fundamental completo foi equivalente a 3,7% das contratações e para os empregados com ensino médio (completo ou incompleto), 2,0% das admissões.
Mesmo no período dos últimos 12 meses, que apresentou números ruins para todos os trabalhadores, quem tinha escolaridade maior foi o menos prejudicado, com o encerramento de 54,36 mil postos.
Entre os trabalhadores com ensino médio o saldo ficou negativo em 249,97 mil, e os que tinham ensino fundamental sofreram com o fechamento de 583,28 mil vagas, o maior número entre as três classificações.
Observando os setores da economia, os trabalhadores com nível fundamental tiveram desempenho positivo apenas na Agropecuária, que abriu 36 mil postos para esses trabalhadores, e nos Serviços Industriais de Utilidade Pública (apenas 141 postos).
Já os que possuem ensino médio tiveram saldos positivos na Agropecuária (9,9 mil), nos Serviços (5,7 mil), na Indústria da Transformação (3,1 mil postos) e Construção Civil (1,4 mil postos).
Os trabalhadores com ensino superior tiveram um resultado melhor na área de Serviços, onde foram criados 6,4 mil empregos formais para esses trabalhadores. No Comércio, foram abertas 1,4 mil vagas e na Administração Pública, 954.
Os estados que abriram o maior número de vagas para trabalhadores que estudaram até o ensino fundamental, em maio, foram Minas Gerais (13,21 mil), São Paulo (7,46 mil), Espírito Santo (3,26 mil) e Bahia (2,66 mil). Esse resultado pode ser em função das contratações do setor Agropecuário, que atingem especialmente essa faixa de trabalhadores e teve desempenho positivo no último mês devido às culturas do café, laranja e cana-de-açúcar, que são fortes nesses estados.
Os estados com maior saldo de vagas para trabalhadores com ensino médio foram Minas Gerais (8,52 mil), São Paulo (7,10 mil), Goiás (4,42 mil), Mato Grosso (1,88 mil), Paraná (1,87 mil) e Santa Catarina (869). Os melhores saldos de trabalhadores com ensino superior foram registrados em São Paulo (2,70 mil), Paraná (1,28 mil), Minas Gerais (1,20 mil), Santa Catarina (1,12 mil), Goiás (595) e Rio Grande do Sul (363).
Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília
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