Tombini assegura que inflação cairá nos próximos meses
Depois de atingir picos no primeiro trimestre, a inflação começou a desacelerar e tende a continuar a cair nos próximos meses, disse o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini. Em audiência pública na Câmara dos Deputados na terça-feira, 21, ele assegurou que os preços estão sob controle e que não há risco de o índice oficial fechar o ano acima do teto da meta.
De acordo com Tombini, o principal fator que manteve a inflação elevada no início de 2013 foi o choque nos preços dos alimentos, que dependem de fatores externos, não ligados à política monetária. Segundo ele, o início do ciclo de aumento da taxa Selic (juros básicos da economia) e o alívio nas pressões dos preços de determinados alimentos impedirão que a inflação fuja do controle.
“O Banco Central tem se esforçado para colocar inflação em declínio a partir do segundo trimestre. Nos próximos três meses, inflação será menor que no começo do ano. No início do segundo semestre, a inflação acumulada em 12 meses começará a ficar abaixo do teto da meta [6,5%]”, declarou.
Além do aumento dos juros básicos, Tombini ressaltou que continuará a fazer declarações à imprensa e ao mercado para reforçar o compromisso da autoridade monetária com o controle da inflação. “A comunicação é parte importante na consecução da política monetária. As informações repassadas pelo Banco Central contribuem para as decisões dos agentes econômicos”, declarou.
Para Tombini, o novo ciclo de aumento na taxa Selic não interferirá no crescimento da economia em 2013. “O que o Banco Central está fazendo é compatível com a recuperação gradual da economia. O combate à inflação fortalece a confiança na economia, ao mesmo tempo em que protege a renda do trabalhador”, destacou. Ele manteve a projeção de que o Produto Interno Bruto (PIB), soma de tudo o que o país produz, crescerá 3,1% neste ano.
Tombini negou ainda que o Banco Central esteja trabalhando para que a inflação fique próxima do teto da meta. Ele reafirmou que a autoridade monetária mira o centro da meta de inflação, que é de 4,5% com tolerância de dois pontos percentuais.
De acordo com o presidente do BC, o fato de a inflação ter fechado os últimos anos acima do centro da meta decorre de choques nos preços de alimentos e commodities – bens primários com cotação no mercado internacional. “Não abandonamos o centro da meta. O Banco Central não persegue o teto. O objetivo é o centro da meta, mas o que existe é acomodação de choques”, declarou.
Tombini participou, na Câmara dos Deputados, de audiência promovida por várias comissões para avaliar o cumprimento de metas estabelecidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
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