Técnico diz que crise financeira ainda é principal responsável por queda na arrecadação
A crise econômica mundial que refletiu no Brasil a partir de setembro do ano passado continuou sendo a principal responsável pela queda na arrecadação de impostos e contribuições federais.
Segundo o coordenador-geral de Previsão e Análise da Secretaria da Receita, Raimundo Elói de Carvalho, os números negativos são consequência da redução dos indicadores macroeconômicos.
Ele destacou que, se forem observadas as variações desde março deste ano, é possível identificar uma estabilização nesse percentual.
“Há uma estabilidade nessa variação, que se situa em torno de 6%. As pequenas variações são típicas dos meses”, disse.
Hoje (20), a Receita Federal informou que a arrecadação total de impostos e contribuições federais ficou em R$ 58,672 bilhões em julho, a nona queda consecutiva, em comparação a meses do ano anterior e um recuo real de 9,38% em relação a julho de 2008.
No ano, a arrecadação acumula R$ 380,048 bilhões, 7,39% a menos em relação aos sete primeiros semestre de 2008.
Dentre os principais fatores para a queda do resultado de julho, Elói destacou a menor lucratividade das empresas, a baixa na produção industrial, no valor em dólar das importações e na venda de veículos.
Por outro lado, houve aumento da massa salarial e do volume geral de vendas. Só em desonerações, foram R$ 15 bilhões. Além da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), as compensações de impostos chegaram a R$ 4,3 bilhões.
Entre os setores, os maiores decréscimos, sem levar em consideração a Previdência, foram a indústria de extração de minerais metálicos (-45,72%) e a fabricação, comércio e reparo de veículos automotores (-33,68%).
Houve também a frustração de arrecadação com a abertura de capital da Visa Net, que segundo Elói foi expressiva, mas ao contrário do que foi anunciado pela Receita Federal no ano passado, não chegou a R$ 2 bilhões, ficou em R$ 1,1 bilhão.
“Houve arrecadação em volume expressivo, mas não da forma que foi antecipado pela Receita. Aguardava-se cerca de R$ 2 bilhões em Impostos de Renda e na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), mas a arrecadação nesse caso alcançou R$ 1,1 bilhão”, disse.
Daniel Lima – Agência Brasil
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