Taxa de sucesso da recuperação judicial é de 23% no Brasil
Um dos instrumentos que os empresários podem utilizar para não fechar as portas em caso de crise interna é a recuperação judicial. No entanto, os números mostram que o sucesso desse mecanismo é baixo. De acordo com uma pesquisa do Serasa Experian, das 3.522 empresas de todos os portes e segmentos que tentaram se salvar dessa forma entre junho de 2005 e dezembro de 2014, apenas 946 tiveram seus processos encerrados. Deste total, 728 tiveram a falência decretada e 218 companhias conseguiram voltar à ativa.
Isso representa uma taxa de sucesso de 23%. Assim, a cada quatro empresas que passaram pelo processo recuperação judicial deferida, uma conseguiu retomar suas atividades. Os outros 73,1%, que representam 2.576 empresas, ainda estão com processos em andamento nos tribunais. Se for considerado o total de companhias acompanhadas no período, 6,2% tiveram seus pedidos aceitos, julgados e resolvidos no processo de recuperação.
O estudo também revelou que o tempo médio de recuperação para empresas que tiveram o pedido de recuperação judicial deferido é de quatro anos e sete meses. De acordo com especialistas da Serasa, o sucesso ou fracasso desse processo depende, inclusive, da qualidade do plano de recuperação aprovado e do sucesso de sua execução. Para buscar reduzir o tempo de recuperação, afirmam, é importante que o plano proposto seja realmente viável e busque considerar também as expectativas dos credores.
Pedidos de recuperação judicial batem recorde histórico
Enquanto muitas empresas tentam e não conseguem, o número de recuperações judiciais segue aumentando, batendo recorde histórico em setembro. Foram 244 requerimentos contra 137 em agosto de 2016 e 147 em setembro de 2015, revela o Indicador Serasa Experian de Falências e Recuperações. No acumulado de janeiro a setembro de 2016, na comparação com o mesmo período do ano passado, houve crescimento de 62,0% (1.479 ocorrências contra 913). Já na comparação com setembro/2015, o aumento foi de 66,0%, de 244 para 147.
As micro e pequenas empresas lideraram os requerimentos de recuperação judicial de janeiro a setembro de 2016, com 917 pedidos, seguidas pelas médias (357) e pelas grandes empresas (205). Na verificação mensal de setembro/2016, as MPEs também ficaram na frente com 176 requerimentos, seguidas pelas médias empresas, com 40, e as grandes com 28.
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