Relatório conclui que Brasil tem setor privado mais eficiente que o público
O ambiente empresarial é um dos diferenciais brasileiros na atração de investimentos estrangeiros. Essa é a tônica do Relatório de Competitividade Brasil 2009, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial e pela Fundação Dom Cabral.
Outra conclusão do relatório é que a ineficiência pública constrasta com a eficiência da iniciativa privada. “O Brasil são dois brasis. Um Brasil econômico, com os sérios problemas que nós conhecemos, e o Brasil empresarial, que se coloca entre os países mais competitivos do mundo”, avaliou o professor de Inovação e Competitividade da Fundação Dom Cabral, Carlos Arruda, no lançamento do relatório.
O diretor da consultoria McKinsey, Nicola Calicchio, observou que há uma grande diferença entre os critérios de competitividade ligados ao setor público e os do setor privado. No primeiro caso, o Brasil aparece em 121º lugar entre os 134 países do Índice de Competitividade Global do fórum.
No que se refere à atuação do empresariado, o país sobe para a 30ª posição. “O que a gente observa é um setor privado absolutamente dinâmico e um setor público que, infelizmente, ainda é uma âncora para o crescimento e para a competitividade do Brasil”, afirmou.
Ele acredita que o próprio empresariado pode alavancar a competitividade do país. Para isso, seria necessário aumentar o nível de formalidade da economia. Na agricultura e na pecuária, por exemplo, 90% dos trabalhores estão na informalidade.
“Os setores com baixíssimo grau de informalidade têm um altíssimo grau de produtividade, que é o item mais relacionado ao crescimento e á prosperidade de um país”, disse Calicchio. O consultor lamentou o fato do Brasil ter apenas 2,8% da população empregada nestes setores com baixíssima informalidade, enquanto 63,3% da população está em setores com altíssima informalidade.
Além do aumento da formalidade, Calicchio sugere a adoção das práticas empresariais na economia de não-mercado. “O setor público focou muito em processos e menos em resultados”, criticou.
Por fim, ele propôs que o Brasil acompanhe três grandes tendências globais da atualidade: aumento da produtividade do setor público; aproveitamento de novos consumidores, tendo em vista o tamanho do mercado brasileiro; e melhor aproveitamento dos recursos naturais para atrair investimentos estrangeiros.
Agência Brasil / Mylena Fiori
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