Quase em crise, setor automobilístico propõe ação para salvar empregos
O medo de uma crise no setor automobilístico diante do acúmulo de estoques com a queda nas vendas e na exportação de automóveis está levando empresários e sindicalistas a buscarem uma solução para evitar impactos negativos nos níveis de emprego do setor. A adoção de programas de demissão voluntária (PDV) e as férias coletivas, atualmente utilizadas, não são vistas como as melhores soluções.
Para o Sindicato dos Metalúrgicos, a melhor alternativa seria um sistema adotado na Alemanha, onde os trabalhadores são afastados, mas não demitidos em tempos de crise. Os salários continuam sendo pagos e bancados a maior parte pelo governo. Outra fatia, menor, cairia na conta da própria empresa e até o trabalhador daria a sua “contribuição”, embora em escala reduzida.
Hoje, um dos mecanismos ao qual as montadoras recorrem é o lay-off. Nele, o funcionário é afastado e tem parte dos vencimentos bancados pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), do Ministério do Trabalho. Mas essa modalidade é limitada a cinco meses, enquanto no novo modelo proposto valeria por, pelo menos, dois anos.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, o fato de a Alemanha ter sido menos afetada pela crise europeia é mérito da manutenção dos postos de trabalho no país. “Vários países na Europa têm programas nessa linha, mas nossa base é o modelo alemão, o mais eficiente”, acredita.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, acredita ser importante um plano como este para o Brasil. Segundo ele, tanto a economia quanto o setor automotivo têm ciclos de crescimento e baixa, o que justifica a adoção de um plano de manutenção das vagas de emprego.
Só neste ano, 1,5 mil trabalhadores já foram dispensados das montadoras por conta do menor ritmo no setor. Para cada uma dessas vagas, em média, de três a cinco empregos da cadeia produtiva ficam comprometidas. No ano passado, as vendas caíram 0,9%. No primeiro trimestre de 2014 também houve retração, de 2,1% em relação ao mesmo período de 2013.
Com informações do Estado de S. Paulo.
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luiz
06/07/2014 - 16:48:01