Presidente dos Correios diz que privatização pode ser uma alternativa
Com greves recentes e uma alegação de crise, o futuro dos Correios vem sendo debatido. E o presidente da estatal, Guilherme Campos, afirmou, em comissão geral no plenário da Câmara dos Deputados, que a privatização não é desejo do governo, mas disse que, se nenhuma das iniciativas em curso para recuperação da empresa der certo, pode ser alternativa.
“Se nada der certo, os caminhos se estreitam: a estatal pode ser um departamento dentro dos Ministérios das Comunicações; pode entrar novamente numa pauta de privatização”, disse.
Segundo Guilherme Campos, para tentar superar a crise financeira, a empresa está entrando nos serviços de logística, encomenda e comércio eletrônico.
Ele destacou, no entanto, que várias empresas – locais e internacionais – concorrem com os Correios nessas áreas. “Se não tivermos resultado, a empresa não terá condições de sobreviver”, ressaltou. “Porque ela é uma empresa, mesmo sendo pública, e tem que ser autossuficiente”, complementou.
Para o mandatário dos Correios, a crise foi provocada pelas mudanças tecnológicas, já que o envio de cartas está diminuindo. “Os Correios não se prepararam para essa mudança há 15 anos”, disse.
Para tentar evitar a privatização, trabalhadores e deputados defenderam aporte do governo para preservar o caráter público da empresa e empregos e enfrentar as mudanças tecnológicas. “Os grandes países do mundo o fizeram, mas aqui no Brasil estamos correndo contra o tempo”, completou. Ele defendeu ainda a quebra do monopólio postal dos Correios, que, para ele, hoje é um ônus para a empresa.
O deputado Leonardo Monteiro (PT-MG), presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Correios e proponente da sessão, defende que os Correios continuem sendo uma empresa pública. Segundo ele, o Governo Michel Temer coloca em prática programa de privatizações, que incluiria a entrega dos Correios para o capital internacional.
O parlamentar acredita que a função da empresa pública não é ter apenas lucros, mas deve ser analisada no contexto macroeconômico e de integração nacional.
Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
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