Por causa do tamanho do PIB, impacto da Copa será fugaz, diz Moody’s
Um dos principais argumentos para realização da Copa do Mundo no Brasil diz respeito ao impacto positivo que o mundial teria na economia. Mas, de acordo com levantamento da agência de classificação de risco Moody’s, divulgado na segunda-feira, 31, a injeção de dinheiro no país com o torneio será módico se for levado em consideração o tamanho da economia brasileira. É que os R$ 25 bilhões que são esperados para aquecer o país correspondem aproximadamente a 0,56% do nosso PIB apenas.
O otimismo com a Copa era grande em 2010, quando ela começou a ser preparada. O Itaú, por exemplo, estimava um reforço de 1,5% na economia só com o torneio. Hoje, essa perspectiva não chega nem a ser a porcentagem projetada para o avanço do país no ano todo.
De acordo com a Moody’s, a melhor contribuição que o campeonato pode trazer está no longo prazo. Se tudo correr bem, a visibilidade e a boa imagem do Brasil lá fora podem impulsionar o turismo nos próximos anos, aumentando a quantidade de pessoas do exterior visitando as diversas cidades brasileiras.
Aí sim, com o turismo aquecido, é possível que ele se torne responsável por uma fatia cada vez maior no resultado final do PIB brasileiro. Além disso, as obras de infraestrutura também são citadas como intervenções positivas nas cidades que receberam as melhorias em estradas, portos, aeroportos e no transporte coletivo. Estas obras, diz a agência, devem “fortalecer a competitividade brasileira”.
Além dos benefícios para o país, algumas empresas vão sentir positivamente a passagem do evento, como as indústrias de bebidas, de publicidade e as locadoras de carros. Adidas, Oi e Coca-Cola, patrocinadoras do campeonato, também irão lucrar, principalmente com a visibilidade internacional. Companhias aéreas não podem comemorar tão cedo: é que o aumento de tráfego aumenta as receitas, mas elas não serão muito gordas com o controle de preços imposto pelo governo.
Por outro lado, alguns setores da indústria e do varejo devem ficar prejudicados com os feriados no período. Segundo a Fecomercio, a perda estimada com os dias sem trabalho deve tirar US$ 30 bilhões do PIB: um valor bem superior ao que se espera de injeção na economia. Além disso, há a possibilidade de aumento da inflação.
Com informações da revista Exame.
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