Entre 2004 e 2014, o Brasil registrou uma acentuada redução do número de pessoas em estado de extrema pobreza, caindo de 7,6% para 2,8% da população. A constatação é do governo federal, com base na análise dos microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgados nesta sexta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

São consideradas extremamente pobres as pessoas com renda mensal de até R$ 77, linha oficial do Bolsa Família fixada com base na referência das Nações Unidas para os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – e também válida para os novos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, que colocam em 3% a meta de extrema pobreza a ser atingida em 2030.

Outro número que também apresentou queda foi o da taxa de pobreza entre os brasileiros. Em 2014, alcançou 7,3% da população, o que representa uma queda de quase 70% em relação a 2004.

O índice de Gini, que mede a distribuição da renda no Brasil, caiu pela primeira vez abaixo de 0,5 no pais, chegando a 0,494, considerando o conjunto dos rendimentos dos domicílios. O índice varia de 0 a 1 e reflete maior igualdade quanto mais próximo de zero.

Uma análise do rendimento médio mensal por pessoa feita pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) mostra que a renda cresceu em todas as faixas de renda da população. Em média, o rendimento domiciliar per capita cresceu 2,4%. A parcela dos 10% mais pobres da população registrou o maior aumento, de 6,2% – quase três vezes a variação da renda dos 10% mais ricos.

De acordo com a Pnad, a redução da desigualdade e da pobreza no Brasil foi acompanhada por melhoria em indicadores de educação e acesso a bens e serviços. A pesquisa mostra aumento do número médio de estudos no Brasil e da taxa de escolarização, sobretudo na pré-escola. O governo afirma que o acesso a bens como televisão, geladeira e fogão está praticamente universalizado no país. Cresceu o número de carros e de telefones celulares. Pela primeira vez, a parcela de pessoas com acesso à internet passou de 50% da população (54,4%), com crescimento de mais de 11% em relação a 2013.

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