Pessoas e empresas com menos recursos se afastam do crédito
A procura por crédito caiu em fevereiro, principalmente entre as pessoas de menor renda e as micro e pequenas empresas. A queda na demanda por empréstimos foi apontada por dois novos indicadores lançados ontem (17) pela Serasa Experian para acompanhar a demanda das empresas e do consumidor por crédito.
O índice para o consumidor mostra que em fevereiro a procura por empréstimos diminuiu 10,5% comparando com janeiro. Em relação a fevereiro do ano passado a queda foi de 4,2%. Na comparação entre os dois primeiros meses do ano, a redução foi maior (12,2%) na faixa da população que recebe até R$ 500. Entre os que ganham mais de R$10 mil a diminuição foi de 7,9%.
Tendência de retração na procura por crédito pelos que possuem menos recursos se confirma também em relação às empresas.
No balanço geral de fevereiro, a demanda por empréstimos pelas empresas caiu 10,8% em relação a janeiro e 4,4% comparando com o mesmo mês do ano passado. Entre as micro e pequenas empresas o recuo chegou a 11,4% na avaliação que considera os dois primeiros meses deste ano.
O presidente da Serasa Experian latino-americana, Francisco Valim, atribuiu, em parte, o baixo interesse por crédito às inseguranças geradas pela crise financeira.
“A incerteza da crise, da continuidade dos negócios e dos novos investimentos acaba impactando a demanda por crédito”, avaliou.
Para Valim, a redução na demanda por crédito em conjunto com a alta da inadimplência podem trazer prejuízos ao crescimento do país. “Na medida que estamos vendo a inadimplência crescendo e a demanda caindo, isso pode impactar o crescimento”, afirmou.
Segundo ele, a própria inadimplência, ou seja, a incapacidade de lidar com as dívidas já existentes pode ser um dos fatores para que as pessoas e empresas evitem assumir novos empréstimos.
Os índices de demanda por crédito foram calculados com base na consulta mensal de 11,5 milhões de Cadastros de Pessoa Física (CPF) e 1,2 milhão de Cadastros Nacionais de Pessoa Jurídica (CNPJ).
Agência Brasil / Daniel Mello
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