A Confederação Nacional da Indústria (CNI) constatou leve recuperação da atividade produtiva no segundo trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior, conforme os dados divulgados ontem (23) da pesquisa Sondagem Industrial.

Na avaliação do chefe da Unidade de Política Econômica da instituição, Flávio Castelo Branco, “os efeitos [da crise] estão se dissipando, mas a recuperação será lenta e gradual”.

Para Castelo Branco, a recuperação do setor também dá bons sinais no momento, mas a expectativa da CNI é de que a indústria só apresente taxas significativas de crescimento no último trimestre do ano.

Segundo ele, a atividade industrial voltou a recuar no segundo trimestre, na comparação com igual período do ano anterior, mas a situação foi um pouco melhor que no primeiro trimestre deste ano, quando a utilização da capacidade instalada da indústria desceu ao patamar de 68%, “muito abaixo da média histórica de 74%”.

De abril a junho, o indicador subiu para 69%, abaixo dos 77% registrados em igual período de 2009. Além da pequena recuperação de utilização da capacidade instalada, Castelo Branco revelou que as empresas também conseguiram reduzir um pouco os estoques de produtos finais, embora os estoques ainda continuem acima dos níveis desejados.

O economista da CNI, Renato da Fonseca, acrescentou que, com a suavização dos efeitos da crise financeira internacional, médios e grandes empresários voltaram a ficar mais otimistas, o que “representa boas perspectivas para o segundo semestre de 2009”.

Segundo ele, os sinais de recuperação são mais visíveis nas grandes empresas, que interroperam a tendência de queda e apresentaram leve crescimento na produção. Fonseca disse que a situação financeira das empresas também melhorou, uma vez que a margem média de lucro operacional subiu de 36%, no primeiro trimestre, para 37,8%, no segundo.

A pesquisa da CNI constatou, ainda, que os indicadores de recuperação foram registrados de forma desigual. Dos 28 segmentos econômicos pesquisados, 19 continuam com a atividade industrial abaixo de 50 pontos, o que significa uma evolução abaixo do esperado.

Só nove setores se recuperaram em relação ao trimestre anterior, a ponto de apresentarem evolução positiva: alimentos, têxteis, vestuário, edição e impressão, refino de petróleo, álcool, produtos farmacêuticos, veículos automotores e outros equipamentos de transportes.

De acordo com Fonseca, as grandes empresas já estão produzindo mais e mostrando reação, mas as pequenas empresas ainda estão em crise e, com isso, as expectativas em relação à geração de empregos nas fábricas ainda são tímidas.

Stênio Ribeiro – Agência Brasil

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