O Brasil terá dificuldade em alcançar meta de exportação para 2008. A informação foi dada pelo secretário de Comércio Exterior Welber Barral, do Ministério do Desenvolvimento. Mesmo que as exportações fiquem abaixo do estimado, o secretário disse que o resultado, de qualquer forma, será positivo.

— Se não alcançarmos a meta, chegaremos muito perto. Devemos encerrar o ano com pelo menos US$ 200 bilhões em vendas externas, o que já será recorde — afirmou Barral, ao comentar o resultado da balança comercial em novembro.

Entre os fatores, o secretário destacou a paralisação do porto de Itajaí, de onde saem 4% das exportações brasileiras, por causa da enchente em Santa Catarina. Inoperante desde o último dia 21, a unidade deixou de exportar US$ 370 milhões em apenas 10 dias. De acordo com a Secretaria de Portos, será preciso de 30 a 60 dias para que o porto volte a funcionar em 50% da capacidade. A reconstrução completa levará pelo menos um ano e meio.

Segundo Barral, o maior fator para a diminuição das exportações foi a queda abrupta no preço do petróleo, cujo barril passou de US$ 99,7 em outubro para US$ 65,1 em novembro e trouxe impacto negativo de US$ 600 milhões. Ele também apontou a redução nos embarques de minério de ferro, provocada principalmente por uma disputa entre a mineradora Vale do Rio Doce e importadores chineses, que reduziu as vendas em US$ 490 milhões.

De janeiro a novembro, as exportações somaram US$ 184,125 bilhões. Para alcançar a meta de US$ 202 bilhões, o país necessitaria vender para o exterior US$ 16 bilhões neste mês. Para isso, o Brasil precisaria exportar cerca de US$ 2 bilhões a mais que os US$ 14,2 bilhões registrados em dezembro do ano passado, em pleno cenário de queda no nível de comércio internacional, tanto nas exportações como nas importações.

No mês passado, o país registrou saldo positivo de US$ 1,613 bilhão na balança comercial, resultado de exportações de US$ 14,753 bilhões e importações de US$ 13,140 bilhões. Para novembro, os valores são recordes, mas representaram menos que o esperado pelo Ministério do Desenvolvimento.

Levando em conta os fatores sazonais, que consideram as oscilações típicas de índices conforme a época do ano, o governo esperava queda de 2% nas exportações de outubro a novembro. As vendas externas, no entanto, caíram 12,3% no mês. Em relação às importações, o ministério estimava alta de 6%, mas a queda foi de 16,5%.

Barral evitou fazer projeções para 2009, mas admitiu que o país terá mais dificuldade em manter o ritmo das vendas externas no próximo ano.

— Uma queda nas exportações em 2009 dependerá justamente do segundo semestre do próximo ano. O primeiro semestre será muito difícil. Esperamos que com o processo de liberalização comercial que o semestre seguinte seja melhor — avaliou.

ABR

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