Para FMI, capacidade de crescimento do Brasil está menor
Para FMI, crescimento do Brasil nos próximos anos será menor. Fundo criticou a contabilidade do país e o baixo investimento.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu de 4,25% para 3,5% o crescimento potencial do Brasil, ou seja, a capacidade que o país tem de crescer nos próximos anos, e criticou a política fiscal do país. Para o Fundo, o Brasil precisa investir mais, reduzir as manobras contábeis para calcular o superávit primário (economia feita para pagar os juros da dívida) e diminuir a dívida pública bruta. A análise foi divulgada na quarta-feira, 23, no relatório anual sobre a economia brasileira, em Washington.

O alerta do FMI se dá em um momento de desconfiança internacional com a política econômica brasileira. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) também já havia criticado o Brasil nesta semana. A alegação é que as contas brasileiras estão menos transparentes e o superávit primário, mesmo com as manobras do Ministério da Fazenda, está caindo. Desse modo, a confiança nas contas do governo também está diminuindo cada vez mais.

A dívida pública bruta saiu de 53% nos últimos anos para 59% do Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com a contabilidade brasileira. Mas para o FMI, a dívida chega a 68,3%. Isso ocorre porque o Tesouro está se endividando mais para repassar dinheiro aos bancos públicos. Só o BNDES recebeu R$ 300 bilhões nos últimos cinco anos.

Todos esses fatores reduzem o chamado crescimento potencial. Ao avalia-lo, o FMI considera a capacidade que o país tem de crescer diante da realidade econômica atual. Dessa maneira, com inflação perto do teto da meta, baixa poupança, piora nas contas públicas e baixos índices de investimento, a avaliação do Brasil foi negativa.

Mas de acordo com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcio Holland, o crescimento do investimento no Brasil não é um fenômeno recente, como alegou o FMI. Além disso, segundo Holland, a inflação alta do fim do ano passado e começo deste ano está superada e alguns produtos, como os alimentos – que tiveram as maiores altas – já estão com deflação. O secretário ainda criticou o fato do FMI não ter mencionado os bons índices de empregabilidade do país.

O Brasil ainda deve apresentar um documento técnico ao FMI que defende o cálculo do superávit feito pelo Ministério da Fazenda como sendo mais consistente. “Nosso conceito de dívida é muito mais sensível aos esforços fiscais que são feitos”, defendeu.

Com informações do Bom Dia Brasil, da TV Globo, e do jornal O Estado de S. Paulo.

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