Para FMI, Brasil é vulnerável. Mantega discorda e critica instituição
Relatório divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta terça-feira, 29, aponta o Brasil como um dos emergentes mais vulneráveis às mudanças da economia mundial. O texto avalia como “moderadamente frágil” as contas externas brasileiras. Mas o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não concorda com essa posição. Segundo ele, uma instituição respeitável não faz esse tipo de avaliação. “O Brasil tem uma situação bastante sólida, que nos permitiu atravessar as turbulências causadas pela retirada dos estímulos pelo Fed [o Banco Central dos EUA] e isso foi superado e nos colocou à prova. Então, não faz sentido a conclusão desse relatório”, argumentou.
A defesa de Mantega ocorreu também na terça-feira, 29. Ele lembrou que há poucos meses algumas análises indicavam uma “tempestade perfeita” no Brasil, que não aconteceu. A fragilidade da economia brasileira também foi citada em relatórios internacionais há alguns meses, mas, para o ministro, nenhuma das previsões pessimistas com relação ao país se concretizou. Além disso, disse, o relatório não saiu em nenhuma outra instituição financeira expressiva. O material divulgado pelo FMI, segundo ele, foi feito por alguma equipe do “escalão inferior” da entidade. “O relatório é de uma equipe do FMI que não sei quem é. Não é o diretor para o Hemisfério Sul”, rebateu.
Ele argumentou que nos últimos seis meses o real foi a moeda que mais se valorizou (9,4%), com baixa volatilidade. Além disso, neste mesmo período, as bolsas de valores subiram 21,5% e tem ocorrido entrada de financiamento estrangeiro direto desde 2011, sinalizando que o Brasil é um país “atrativo”. A pequena dívida externa no curto prazo e a quinta maior reserva internacional do mundo também foram citadas pelo ministro. Para ele, esses fatores deixam o país em uma situação confortável.
Questionado se um possível calote da Argentina não prejudicaria as exportações brasileiras, Mantega afirmou que não vai haver falta de pagamento. “Seria ruim para os fundos abutres também”, argumentou.
Com informações do jornal O Estado de S. Paulo e do portal G1.
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