País reduziu pobreza e desigualdade mesmo durante a crise
Em junho, o índice de Gini alcançou nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil seu menor patamar (0,493), em conformidade com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice é usado para medir desigualdade e varia de 0 a 1 (quanto mais próximo de 1, mais desigual é a sociedade). As regiões analisadas foram as de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
Entre dezembro de 2002 (considerado o mês de mais alta medida de desigualdade no país) e junho de 2009, o índice caiu 9,5%. Desde janeiro deste ano, a queda foi de 4,1% – a mais alta desde 2002, quando o IBGE introduziu nova metodologia à PME. De acordo com o Comunicado da Presidência, a redução do índice de Gini “pode estar relacionada tanto à perda de valor real das maiores rendas do trabalho como à proteção do conjunto dos rendimentos na base da pirâmide ocupacional nas regiões metropolitanas”.
Pochmann mencionou alguns fatos que explicam essa diminuição da desigualdade no país. “De um lado, a crise se manifestou de forma mais concentrada no setor industrial, que geralmente paga os melhores salários. De outro lado, temos a proteção da renda na base da pirâmide social brasileira, com aumento do salário mínimo e políticas de transferência de renda previdenciárias e assistenciais”, afirmou o presidente do Ipea. No entanto, ele acrescentou que a melhora continua sendo insuficiente. “Um índice de Gini acima de 0,4 ainda representaria péssima distribuição de renda. Há uma tendência de queda, mas ainda estamos longe de chegar a algo comparável a países mais avançados.”
O estudo também destaca a redução na taxa de pobreza nas regiões metropolitanas e conclui que a velocidade de queda foi diferente em cada uma: São Paulo, Salvador e Recife tiveram desempenho pior que Belo Horizonte, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Entre março de 2002 e junho de 2009, a taxa de pobreza caiu 26,8% nessas regiões metropolitanas, passando de 42,5% para 31,1%. Em termos absolutos, nesse período de pouco mais de sete anos, 4 milhões de brasileiros deixaram de ser pobres.
IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
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