Mercado de crédito no Brasil é dominado por quatro grandes bancos
Até o fim de 2016, Bradesco, Itaú-Unibanco, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil concentravam 78,99% do mercado de crédito do país e 78,48% de todos os depósitos. Os dados são do relatório de Estabilidade Financeira realizado pelo Banco Central e divulgado na última segunda-feira, 3.
Essa concentração aumentou de forma significativa nos últimos nove anos. Em 2007, os números passavam de um pouco mais da metade. Juntos, os quatro maiores bancos detinham 54,67% das operações de crédito e 59,32% dos depósitos realizados em todo o Brasil. No fim de 2015, esses percentuais eram de 75,76% e 73,51%, respectivamente.
O Índice de Herfindahl-Hirschman (IHH), que mede o nível de concentração, está próximo de 1800 tanto nos depósitos quanto nas operações de crédito. Acima desse valor, a concentração é considerada elevada. Em dezembro de 2007, as duas estavam abaixo de 1200, o que é considerado um nível moderado.
Queda no mercado de crédito foi um dos impactos da crise
O estudo mediu também o impacto da recessão no crédito. E os dados apontam um crescimento de 19% da carteira de ativos considerados problemáticos em 2016, além de uma redução nominal de 3,5% no crédito no ano passado.
A rentabilidade dos bancos foi impactada, reduzindo de 13,4% para 11,4% o retorno sobre o patrimônio do sistema bancário. Segundo o Banco Central, a redução do crédito e o aumento das provisões para perdas diminuíram os lucros dos bancos.
Ainda assim o relatório aponta para uma solidez do sistema bancário, pois os ativos problemáticos não ameaçam a estabilidade. De acordo com o estudo, 83% desses ativos estão provisionados, assim como 178% da inadimplência.
Os bancos também apresentam capacidade para suportar eventuais choques de liquidez. Segundo o relatório, os ativos líquidos do Sistema Financeiro Nacional equivalem a 2,3 vezes as perdas estimadas em uma hipótese de choque de mercado somada a uma corrida bancária.
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