Origens das Bolsas de Valores
Por Ingrid G Barth
As negociações relacionadas com Bolsas de Valores se originaram na Idade Média, mas as operações eram feitas com metais preciosos, moedas e letras de câmbio. O volume financeiro era muito pequeno, dada as características econômicas daquele período, como falta de crédito e de capital. Algumas teorias históricas apontam o nascimento da dinâmica da Bolsa de Valores no Fórum da Roma Antiga, situada próxima ao Templo de Castor, onde era conhecida e praticada o equivalente a compra e venda de títulos. Outras teorias apontam para a Grécia Antiga, onde as negociações eram feitas em suas principais praças. Porém, independente das tórias, não existe uma definição estruturada do surgimento dessas práticas comerciais, apenas que se originam das mais remotas civilizações e possuíam características diferentes das conhecidas hoje em dia.
Na Bélgica, mais especificamente na cidade de Burges, existia uma família de banqueiros, os Van der Burse, que reuniam em sua casa alguns comerciantes, a fim de realizar trocas pertinentes a seus negócios. Daí surgiram teorias com relação ao nome dado ao lugar onde se realizam esses tipos de negócios, do sobrenome do anfitrião dessas reuniões.
Algumas movimentações em prol desse tipo de negociação foram feitas antes, no séc. XI, como por exemplo em 1141, com a Bourse de Paris, na França, instituída por Luis VII. Somente no séc. XVIII é que esse tipo de negociação foi se desenvolvendo e ganhando importância econômica, principalmente na Europa, e foi sendo transferida para instalações adequadas, com estruturas prediais parecidas como as dos dias atuais.
Em 1698 foi fundado um dos ícones do capitalismo, a Bolsa de Fundos Públicos de Londres, e em 1792 foi fundado a maior bolsa do mundo, a Bolsa de Nova York, ou New York Stock Exchange.
Mercado Acionário Brasileiro
Os brasileiros anteriormente não costumavam investir em ações, optando por outros tipos de investimentos, como por exemplo imóveis e caderneta de poupança.
Esse segmento do mercado de capitais não era bem visto perante a sociedade, devido principalmente a seu risco, e somente com a reestruturação financeira de 64 que esse cenário começou a se modificar. Com essa reforma, novas regras e políticas de incentivo foram inseridas, além de serem criadas instituições responsáveis pela intermediação financeira, pela regulamentação e pela fiscalização do Mercado. Foi
nesse momento também que surgiram as Sociedades Corretoras e Bancos de Investimentos.
No decorrer dos anos seguintes outras medidas de incentivo foram aplicadas,
buscando sempre o fortalecimento e, conseqüentemente, crescimento desse mercado.
Apesar disso, foi somente a partir da década de 90, com o início da abertura da economia brasileira, que os investimentos em ações ganharam espaço, principalmente com o ingresso crescente de investidores estrangeiros e com o aumento do número de empresas que optaram por investir em Bolsas no exterior, principalmente no mercado americano, tanto lançando ações – o que se denomina ADRS2 (American Deposits Recepts) – como investindo em ações de outras empresas. Segundo dados da BOVESPA, com a implantação do Plano Real em 1994, o número de investidores estrangeiros que destinaram seus recursos para a Bolsa aumentou 60%.
Com isso, foram se aprimorando os mecanismos de supervisão e de melhoria da transparência, requisitos indispensáveis para atrair investidores mais conscientes e exigentes.
Hoje, quando comparamos o Brasil com as grandes potências do mercado financeiro, percebemos que ainda há muitos pontos a serem desenvolvidos em seu Mercado Acionário. Apesar disso, o investimento em ações encontra-se em expansão e possui um grande potencial, pois conta com a sofisticação dos melhores sistemas financeiros do mundo. Está mais eficiente, seguro, transparente e em constante processo de melhoria.
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