O “não” à austeridade europeia vence na Grécia, com 61% dos votos
A confirmação do resultado do referendo grego que encerrou o fim de semana veio como um golpe para os credores europeus. O “não” à proposta de aumento das políticas de austeridade foi defendido por 61,32% dos gregos que foram às urnas. O resultado consolida o apoio ao partido de esquerda radical Syriza e ao primeiro-ministro Aléxis Tsípras.
As especulações da última semana apontavam para um resultado mais equilibrado, mas apenas 38,680% dos que decidiram votar optaram pelo sim.
Mesmo com as hipóteses de saída da Zona do Euro depois destes resultados, o premiê Tsípras afirmou que o resultado não significa uma ruptura com a Europa, mas um reforço das posições da Grécia na negociação. Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, afirmou ainda que manter o país no bloco é um objetivo tanto dele quanto do Syriza.
O impacto foi sentido também nas bolsas de valores europeias e asiáticas. As bolsas de Tóquio e Hong Kong chegaram a registrar quedas de 2,08% e 3,18%, respectivamente, na manhã desta segunda-feira, 6. Já noite de domingo, os governos alemão e francês convocaram uma reunião entre o presidente francês, o socialista François Hollande, e a chanceler alemã Angela Merkel. O encontro deve acontecer na tarde desta segunda em Paris.
Renúncia do ministro das Finanças
O controverso Yanis Varoufakis, ministro das Finanças grego e uma das personalidades mais importantes da posição da Grécia nas negociações, renunciou em uma carta aberta postada em seu blog pessoal. Além de afirmar que continuará à disposição do Syriza e do povo grego, foi categórico ao declarar: “Eu vestirei a aversão dos credores com orgulho”.
A decisão veio depois que o Eurogrupo e o premiê Alexis Tsípras decidiram que seria melhor que ele ficasse fora das negociações, já que a posição do país foi estabelecida com o pleito de domingo. O substituto, anunciado no fim da manhã desta segunda-feira, é o principal negociador grego, Euclid Tsakalotos.
Com informações do Estado de São Paulo e do Financial Times.
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