Nunca os brasileiros gastaram tanto no exterior como em 2010
Os brasileiros continuam gastando cada vez mais no exterior. No ano passado, as despesas dos turistas brasileiros fora do país atingiram US$ 16,422 bilhões, recorde histórico, segundo o Banco Central. Em 2009, esse resultado chegou a US$ 10,898 bilhões. Só em dezembro passado, as despesas dos brasileiros atingiu US$ 1,726 bilhão, aumentando o déficit da conta de serviços do balanço de pagamentos do Brasil.
De maneira geral, em 2010, a conta de serviços registrou saídas líquidas de US$ 31,1 bilhões, acréscimo de 61,4% na comparação com 2009. “No caso dos serviços, o principal item de deteriorização [das contas externas] foram as viagens internacionais. O saldo mais elevado da série está vinculado a circunstâncias, como melhora de renda e emprego”, disse o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes.
As despesas líquidas com transportes acumularam déficit de US$ 6,4 bilhões no ano passado, ante US$ 3,9 bilhões em 2009, resultado relacionado com o crescimento da corrente de comércio [exportações e importações]. As despesas líquidas com aluguel de equipamentos ficaram em US$ 13,7 bilhões, elevação de 45,7% na mesma comparação. No caso, o resultado tem a ver com o crescimento da economia brasileira.
As remessas líquidas de royalties e licenças somara em 2010 US$ 2,5 bilhões com crescimento de 18%. Houve um déficit em serviços de computaçao e informações de US$ 3,3 bilhões, resultado superior em 27,4% em comparação ao ano anterior. Os outros serviços resgistraram ingressos líquidos de US$ 7,7 bilhões em 2010, ante US$ 7,2 bilhões em 2009.
O Banco Central informou ainda que o Brasil fechou 2010 com reservas internacionais de US$ 288,6 bilhões e a dívida externa total somou US$ 255,7 bilhões.
Também nesta terça-feira, 25, o Banco Central divulgou que o saldo em transações correntes do Brasil foi negativo em US$ 3,493 bilhões em dezembro de 2010, acumulando no ano déficit de US$ 47,518 bilhões, equivalente a 2,28% do Produto Interno Bruto (PIB). O resultado é o maior da série histórica em termos nominais. O déficit do ano passado foi praticamente o dobro do registrado nos doze meses de 2009 (US$ 24,3 bilhões ou 1,52% do PIB).
O déficit, no entanto, foi coberto pelos investimentos estrangeiros diretos, que também foram recordes no período.
Daniel Lima / Agência Brasil
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