reajustes salariais

Em 2016, o número de reajustes salariais que fecharam com valores acima da inflação caiu drasticamente. De acordo com um balanço apresentado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apenas 19% das 714 unidades de negociação analisadas tiveram ganhos reais aos salários, segundo comparação com a variação dos preços medida pelo INPC-IBGE.

Ainda de acordo com a pesquisa, 44% dos reajustes tiveram valor igual à variação do índice de inflação e os demais 37% ficaram abaixo. O estudo inclui os setores da indústria, do comércio e dos serviços do setor privado e de empresas estatais. A variação real média foi negativa foi de 0,52% abaixo da inflação.

Em 2015, as unidades de negociação que tiveram reajustes acima da inflação somaram 51% e, naquele ano, os números já apresentaram forte queda em comparação com o período entre 2004 e 2014, quando o percentual de negociações com aumento real nunca foi inferior a 70%. Se não considerar os anos de 2005, 2008 e 2009, o percentual não ficou inferior a 86%.

Sobre os reajustes que ficaram abaixo da inflação, a proporção praticamente dobrou em relação ao ano anterior: representava 19% das negociações em 2015 e passou, em 2016, a quase 37%.

O estudo revela também que, das 262 unidades que tiveram reajuste abaixo da inflação, 252 tiveram perdas de até 5%. Outras 10 obtiveram perdas de mais de 5%.

Em relação ao período da data-base, o número de reajustes acima da inflação teve uma queda significativa no segundo semestre, após uma queda em julho.

Entre os setores, o de serviços foi o que que registrou a maior proporção de reajustes salariais abaixo da inflação, com 49%. Outros 21% tiveram ganho real e 31% fecharam com reposição igual à variação dos preços.

Na indústria e no comércio, os resultados foram parecidos em relação às categorias com reajuste igual à inflação (53% e 50%, respectivamente) e abaixo (31% e 29%, respectivamente). Dos que tiveram reposição acima, o percentual foi de 16% e 21%, respectivamente.
No relatório em que divulga os dados, o Dieese considera o ano de 2016 como um dos mais desfavoráveis nos últimos 20 anos para os trabalhadores. Entre os principais motivos para esse desempenho, a entidade aponta “grave crise pela qual passa o Brasil.”

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