Na crise, investimento estrangeiro direto no país diminuiu 42,41% em 2009
O investimento estrangeiro direto (IED) no setor produtivo somou US$ 25,949 bilhões no ano passado, 42,41% abaixo do recorde histórico de US$ 45,06 bilhões contabilizados em 2008, como mostra o Relatório do Setor Externo, divulgado nesta quarta-feira (20) pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes.
Ele considera, no entanto, que a entrada de investimento estrangeiro foi “bastante razoável”, considerando-se que o mundo inteiro estava em crise. Altamir ressaltou que, com a melhora do cenário econômico, o BC trabalha com a expectativa de que o volume de recursos neste ano retorne ao patamar de 2008.
O relatório do BC mostra também que o saldo de conta corrente (formado por balança comercial, serviços e transações financeiras) foi negativo em US$ 24,334 bilhões (1,55% do PIB). Apesar disso, foi melhor que em 2008 quando o déficit fechou em US$ 28,192 bilhões (1,72% do PIB).
De acordo com Lopes, a redução é explicada em parte pela crise financeira mundial, uma vez que houve menores transferências de lucros e dividendos para o exterior. As empresas estrangeiras instaladas no país lucraram menos em 2009, e as remessas de lucros caíram de US$ 25,2 bilhões, em 2008, para US$ 33,87 bilhões, no ano passado.
O economista do BC acredita, porém, que com a retomada da atividade econômica e a projeção de maior crescimento nas importações que nas exportações, o Brasil deve registrar déficit recorde de conta corrente externa neste ano – algo ao redor de US$ 40 bilhões. Aí estão incluídas, também, as maiores remessas de juros e dividendos e mais gastos com viagens ao exterior, por conta, principalmente, da valorização do câmbio.
A conta de serviços em 2009 registrou saídas líquidas de US$ 19,3 bilhões, com crescimento de 15,4% na comparação com 2008, e as viagens internacionais contribuíram com gastos de US$ 5,6 bilhões no ano. Outros itens como transportes, computação e royalties também ajudaram na formação do déficit, mas a rubrica que pesou mais foi aluguel de equipamentos, com despesas de US$ 9,4 bilhões, que cresceram 20,3% em relação ao ano anterior.
Agência Brasil / Stênio Ribeiro
Edição: Enio Vieira
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