Mercado de crédito mostra um crescimento constante, no país, segundo o BC
As operações de crédito no país somaram R$ 3,06 trilhões no mês de março deste ano, um crescimento de 11,2% nos últimos 12 meses, segundo o Banco Central.

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel, disse nesta sexta-feira, 24, que os números relativos às operações de crédito em março mostram que o mercado de empréstimos está “em ritmo de crescimento constante, estável”. Mais cedo, a autoridade monetária havia informado que as operações de crédito somaram R$ 3,06 trilhões no mês passado, 1,2% mais que em fevereiro. Em 12 meses, o crescimento foi de 11,2%. O BC projeta crescimento de 11% para o estoque das operações de crédito em 2015.

“Essa situação [de crescimento estável] ocorre em um quadro de inadimplência baixa e em um ambiente de elevação dos juros”, destacou Maciel, em entrevista coletiva para comentar os dados de março. No mês passado, a inadimplência com recursos livres – aqueles que os bancos podem emprestar livremente, sem seguir regras do governo – ficou estável, em 4,4%. Os juros para pessoa física chegaram a 54,4% ao ano. O patamar voltou a ser o maior desde o início da série histórica do BC, em março de 2011.

O chefe do Departamento Econômico atribuiu os juros mais altos às elevações da Selic, taxa básica de juros da economia, atualmente em 12,75% ao ano. “Isso [elevação dos juros] segue principalmente o ciclo de política monetária”, disse Maciel. Ele destacou, em março, o crescimento das operações envolvendo o crédito consignado, principalmente entre os aposentados.

De acordo com dados do BC, o saldo dessas operações cresceu 0,9% em março em relação a fevereiro, e 12,8% em 12 meses. Quando levados em conta somente os beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), grupo que engloba os aposentados, a alta fica em 1,7% no mês e em 16,3% em 12 meses. Segundo Tulio Maciel, isso ainda é reflexo de um aumento dos prazos para pagamento do consignado, anunciado pelo governo no final do ano passado.

Outro motivo, disse ele, pode ser a busca de crédito com juros mais baixos, no atual cenário de elevação. “O que se observa é uma tendência de crescimento [do consignado] que vem desde o ano passado. Buscar a modalidade [de crédito] com juros mais baixos é a tendência lógica.”

Agência Brasil.

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