Mantega critica agências que classificam risco de países e empresas
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez hoje (17) críticas contundentes às agências de rating (que atribuem classificação de risco a países e empresas). Segundo ele, é preciso encontrar uma alternativa para essas agências, que foram consideradas pelo ministro corresponsáveis pela crise econômica de 2008 por causa das avaliações equivocadas.
“[As agências] Estavam dizendo que certas operações eram seguras, quando não eram. Elas também muitas vezes dão notas que não condizem com a realidade. O Brasil tem [avaliação] BBB +, mas deveria ter mais do que isso pela sua condição se comparado com outros países”, reclamou.
O ministro não quis citar nomes de países porque, segundo ele , atualmente qualquer coisa que se fala “dá corrida a banco, cai banco etc.”. Mas enfatizou que existem países que têm classificação A ou AA, mas estão em situação pior do que o imaginado. “São países que não deveriam ter nem [avaliação] do tipo B, deveriam estar em uma segunda classificação”.
Para ele, deveria ser criada uma alternativa às empresas de rating, que poderia ser desenvolvida pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) ou outro organismo multilateral de confiança. O assunto será tema da reunião de líderes do G20 (grupo de 20 das maiores economias do mundo) em Toronto, no Canadá, nos dias 26 e 27 de junho.
Na agenda, além da crise europeia, estão as medidas adotadas pelos países do grupo para enfrentar a crise. O G20 tem discutido se as políticas anticíciclas (de combate à crise) são oportunas, com aumento dos gastos públicos para estimular a economia. Mantega lembrou que o grupo disponibilizou cerca de US$ 1 trilhão de dólares ao FMI para que a instituição pudesse socorrer os países com problemas. “A discussão central agora é se os países devem desativar os estímulos à economia ou continuar até que o crescimento se firme”. Mantega participou da 34ª reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, hoje em Brasília.
Daniel Liman e Pedro Peduzzi / Agência Brasil
Edição: Vinicius Doria
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