De um lado, a Petrobras precisa engordar seu caixa para os investimentos que necessita fazer. De outro, a inflação aperta e já coloca o mercado em estado de alerta com a possibilidade de estouro do teto da meta. No meio dessas situações está o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Para ele, é possível resolver um assunto sem prejudicar o outro. Ao jornal O Estado de S. Paulo, Mantega disse que o preço da gasolina vai baixar entre maio e junho, mas isso não afeta a Petrobras porque a redução se dará por conta da safra de cana de açúcar, que reduzirá o preço do etanol.

Atualmente, o álcool anidro representa 25% da composição da gasolina. A ideia, no entanto, não é aumentar essa proporção. “Nesse momento não estamos cogitando. Hoje a mistura é de 25% e nós, agora, estamos num período em que o etanol aumenta sua produção. Estamos começando a safra [de cana de açúcar]. Quando entrar essa safra, ela vai reduzir o preço do etanol e também dos combustíveis”, garantiu o ministro.

O governo se apoia neste cenário para tentar manter a imagem de que a inflação está controlada. Mas se a previsão de Mantega não se cumprir, outras ações estão sendo sugeridas para tentar diminuir o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medidor da inflação oficial. Uma delas, cogitada por técnicos da equipe econômica, é tirar do cálculo do IPCA os alimentos, que representaram uma das maiores altas no resultado da inflação no mês passado.

“Nos Estados Unidos, por exemplo, não há alimentos no índice oficial de inflação por uma questão simples: se você vai ao mercado e vê o tomate caro, você pode substituir por outra coisa. A gente faz isso com morango. Ninguém come morango o tempo inteiro”, argumentou um técnico do governo ao jornal O Globo.

Com informações dos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo.