Mais de 500 mil imóveis foram financiados em 2013
Mais de meio milhão de imóveis foram financiados em 2013 com recursos atrelados à movimentação financeira do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) que levaram a um recorde do crédito imobiliário no valor de R$ 109,2 bilhões – 32% acima do montante alcançado em 2012. No ano anterior, o volume cresceu 3,6% e atingiu R$ 82,8 bilhões.
A maior parte dos desembolsos (R$ 76,9 bilhões) destinou-se à compra da casa própria cuja demanda aumentou 41%. Cerca de um terço do total (R$ 32,2 bilhões) refere-se ao custeio de construção de imóveis, 15% a mais que no ano anterior. O número de unidades financiadas no período de janeiro a dezembro de 2013 cresceu 17%, somando 529,8 mil, ante 453,2 mil, em 2012.
Apenas em dezembro último, houve expansão dos desembolsos de 7% com a liberação de crédito para aquisição de 50,9 mil imóveis. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 21, pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) que projeta para 2014 alta entre 15% e 20% nos desembolsos.
A oferta está diretamente ligada à captação líquida das cadernetas de poupança que também atingiu o maior volume histórico (R$ 54,3 bilhões) ou 46% a mais do que em 2012, elevando o saldo em 20%, para R$ 467 bilhões.
O presidente da entidade, Octávio de Lazari Júnior, atribuiu o bom desempenho do setor à manutenção do emprego e renda associada à queda na inadimplência, maior confiança do consumidor em sua capacidade de honrar pagamentos e ainda à oferta de crédito com juros mais baixos em relação às demais modalidades de empréstimos.
A tendência, segundo prevê a Abecip, é que o setor continue aquecido, embora com crescimento mais lento. Ele justificou que o segmento envolve empreendimentos de longo prazo e que, no ano passado, houve uma concentração de entrega de imóveis.
Para quem vem adiando a compra por causa dos preços elevados dos imóveis, o executivo alerta que em 2014, a valorização deve acompanhar a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA. Para Lazari Júnior, além da lei da oferta e procura, as cotações tiveram a interferência de valores agregados como áreas de convivência, com piscinas, quadras de esportes entre outras benfeitorias.
“O mercado não vive uma bolha porque o brasileiro por natureza compra o imóvel para morar e a maior parte troca a despesa de aluguel por uma despesa de financiamento de imóvel”, esclareceu Octávio. Segundo ele, em média os mutuários amortizam a dívida com uma entrada equivalente a 35% do valor do imóvel e por isso a inadimplência é baixa no setor – em torno de 1,8%.
O executivo acrescentou que os agentes financeiros sempre ficam atentos para evitar riscos como os que afetaram as economias dos Estados Unidos e de países europeus e acenou para a possibilidade de praticamente dobrar a oferta de crédito imobiliário no Brasil nos próximos cinco anos, passando dos atuais 8,1% do Produto Interno Bruto (soma das riquezas geradas no país) para algo em torno de 15%.
Marli Moreira / Agência Brasil.
Edição: Denise Griesinger.
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