A inadimplência dos consumidores brasileiros manteve-se ligeiramente estável em julho, com um índice de 9,8%, segundo pesquisa da Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ). Mas o nível ainda continua alto, tendo batido recorde de 10,8% em abril, índice que ficou praticamente estabilizado no dois meses seguintes.

No resultado de julho, os carnês foram os campeões em atrasos e correspondem a 67,6%. Em segundo lugar, estão os cartões de crédito, com 13,7%.

Os entrevistados foram questionados sobre prestações não quitadas, orçamento familiar e intenção de compra de bens duráveis para os próximos meses. Entre eles, 21,5% declararam sobra no orçamento, 26,6% disseram que vão poupar, 18,1% vão usar o dinheiro que sobrou com alimentação e 54,1% disseram que não teriam sobra após pagar todas as despesas.

A estabilização dos índices de inadimplência que se confirmaram desde abril devem-se, segundo o levantamento, ao aquecimento do mercado de trabalho, à redução do ritmo de crescimento da inflação, ao poder aquisitivo em alta, ao consumo acumulado e ao encarecimento do crédito.

Segundo o economista Christian Travassos, da Fecomércio, existem fatores favoráveis e desfavoráveis que contribuíram para estabilizar a inadimplência nesse patamar. “De um lado, temos a favor o mercado de trabalho aquecido e mais ferramentas de crédito à disposição do brasileiro, que contribuem para a organização das contas, e um poder aquisitivo em alta na comparação interanual. Na contramão, está o crédito mais acessível, que também contribui para que a pessoa se exponha mais e a inflação sofre uma desaceleração, embora tenha pressionado o orçamento familiar nos últimos 12 meses”, avaliou.

Travassos explicou ainda que os endividados podem adotar medidas simples para quitar as dívidas. Ele ressaltou que uma simples tabela com o valor do orçamento e das despesas é um caminho para solucionar o problema. Assim, se calcula as sobras a serem usadas para sanar as prestações. Outra medida é evitar aderir ao pagamento mínimo do cartão de crédito, em função dos juros altos.

Para a pesquisa, foram entrevistadas mil pessoas de 70 cidades localizadas em nove regiões metropolitanas.

Agência Brasil

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