Em dois dias, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta eleita, Dilma Rousseff, chegam a Seul, na Coreia do Sul, para as reuniões da Cúpula do G20 (grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo). Em pauta, a controvertida guerra cambial e os efeitos da desvalorização sobre a economia global, além da retomada das discussões sobre a Rodada Doha (negociações na OMC que visam a diminuir as barreiras comerciais no mundo). Depois de Maputo, em Moçambique, Lula e Dilma ficam nos dias 11 e 12 em Seul.

Para o governo brasileiro, é fundamental adotar ações coletivas de combate à manipulação cambial. Em diversos momentos, as autoridades brasileiras criticaram decisões individuais, alertando que medidas isoladas não trarão os efeitos desejados nem gerarão resultados concretos. Na semana passada, Lula e Dilma avisaram que irão para o G20 com a disposição de brigar e defender a posição do Brasil.

Especialistas que acompanham as discussões afirmam que a expectativa é que os líderes mundiais, reunidos em Seul, firmem um compromisso concreto de ações políticas que serão executadas para evitar o agravamento do quadro. Os alvos das preocupações são os Estados Unidos, a China, a Coreia do Sul e a Indonésia.

Na tentativa de conter a desvalorização do dólar e a subvalorização do yuan (moeda chinesa), o Ministério da Fazenda e o Banco Central do Brasil adotaram medidas para a preservação do real. Houve, por exemplo, o aumento de impostos para as aplicações estrangeiras. Paralelamente, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, mantêm a luz de alerta sobre os desdobramentos no cenário mundial.

No dia 23 de outubro, representantes das 20 maiores economias do mundo reuniram-se em Gyeongju, na Coreia do Sul, para uma série de discussões prévias para a Cúpula do G20. Os ministros da Fazenda e presidentes dos bancos centrais destacaram a preocupação com os excessos de volatilidade e fluxos desordenados de capital que ocorrem em alguns países emergentes. Também fizeram um apelo para evitar o protecionismo.

O apelo se refere às posições de países ricos, como os Estados Unidos, nos debates referentes à Rodada Doha. Desde meados de 2008, o processo de negociação de Doha está parado devido às divergências entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento sobre questões agrícolas e industriais.

As autoridades brasileiras afirmam que a proposta como está não traz benefícios ao país sobre os produtos industriais e no que se refere à agricultura, não há avanços. Os negociadores e funcionários da Organização Mundial do Comércio (OMC) esperam que os líderes do G20 consigam retomar os debates em Seul.

Edição: Graça Adjuto
Renata Giraldi / Agência Brasil

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