Apesar da queda no lucro líquido da Caixa no terceiro trimestre deste ano, os negócios do banco estão mais saudáveis, na avaliação do vice-presidente de Finanças e Controladoria, Osvaldo Cavalcante. Nesta segunda, 14, a estatal informou que registrou lucro líquido de R$ 998,118 milhões no terceiro trimestre deste ano, queda de 67,1% em relação a igual período do ano passado (R$ 3,037 bilhões).

Segundo Cavalcante, essa redução foi influenciada pela mudança na alíquota da Contribuição sobre Lucro Líquido (CSLL) de 15% para 20%, no ano passado. Com o aumento da alíquota, cresceu o crédito tributário do banco, em 2015, o que não aconteceu este ano.

O vice-presidente destacou que o resultado gerado exclusivamente pela operação de negócios do banco, chamado de resultado operacional, é positivo e foi possível com o aumento do relacionamento com os clientes, o maior controle da qualidade da carteira de crédito e a melhora na eficiência das despesas administrativas.

O resultado operacional chegou a R$ 811 milhões, no terceiro trimestre, e acumulou nos nove meses do ano R$ 1,6 bilhão, com crescimento de 8,7%.

No trimestre, as despesas de provisão para devedores duvidosos somaram R$ 5,1 bilhões, 16,6% menor se comparado ao terceiro trimestre de 2015. No acumulado até setembro, essas despesas totalizaram R$ 15,2 bilhões, redução de 3,4% em relação ao mesmo período de 2015. Segundo Cavalcante, a redução da provisão é segura porque para cada R$ 1 emprestado, o banco tem R$ 1,50 reservados para o caso de calote. Ou seja, o Índice de cobertura é de 150%.

“Nossa carteira de crédito é concentrada em operações de baixo risco e garantia forte”, destacou. Cavalcante lembrou que do total da carteira de crédito de R$ 700 bilhões, R$ 400 bilhões são de financiamento habitacional. Ele citou também o crédito para infraestrutura e o consignado (com desconto em folha de pagamento), classificados como de baixo risco de inadimplência.

De acordo com o balanço da Caixa, o índice de inadimplência encerrou setembro em 3,48%, abaixo da média de mercado (3,73%). Segundo o banco, esse resultado foi influenciado por um “grupo econômico específico do setor de óleo e gás”. “Excluído esse efeito, a inadimplência alcançaria 3,26% e ficaria estável em relação ao trimestre anterior e ao terceiro trimestre de 2015”, diz o banco.

O vice-presidente também destacou que o Índice de Basileia do banco encerrou o período em 13,5%. Esse percentual indica a capacidade do banco de emprestar, levando-se em consideração os recursos próprios e a ponderação de riscos. O índice mínimo exigido no Brasil é 11%.

Cavalcante disse ainda que o banco está fazendo seu planejamento para não precisar de injeção de capital do Tesouro no próximo ano.

Agência Brasil.

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