Lobão diz ser favorável à abertura da área nuclear para parceria com iniciativa privada
A possibilidade de abrir a produção de urânio e a área nuclear à parceria com o setor privado, no futuro, é uma alternativa vista com bons olhos pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. “Gosto da idéia”, admitiu o ministro ressaltando que essa é uma opinião pessoal. Lobão participou nesta sexta-feira (2) de seminário na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). O evento marcou a retomada oficial da construção da Usina Nuclear Angra 3.
A abertura de parcerias com a iniciativa privada na área de energia nuclear é um assunto que está sendo debatido pelo governo, mas, segundo o ministro, ainda não há consenso. Ele lembrou que, quando foi criada a política nuclear brasileira, o objetivo era também desenvolver a produção e o enriquecimento de urânio, para venda ao exterior.
Atualmente, como estabelece a Constituição, as usinas nucleares não podem ter sócios privados nem estrangeiros, por se tratar de um tipo de energia considerado estratégico em função da fonte combustível, o urânio.
Lobão afirmou, entretanto, que essa determinação pode ser modificada nos próximos governos. “Tudo isso se modifica. Nós vamos aperfeiçoando os modelos daqui para frente e, se isso não puder ser feito neste governo, outros governos poderão ter um pensamento diferente e ir adaptando às necessidades do país.”
A preocupação do governo, segundo o ministro, é garantir a segurança energética do país e evitar novo apagão, como o ocorrido entre 2001 e 2002.
Hoje, há no Brasil cerca de 110 mil megawatts de energia instalada e a expectativa é que esse número dobre em 20 anos.
“Ou nós nos preparamos hoje para atender essa necessidade ou seremos, não neste governo, mas no futuro, surpreendidos por uma carência de energia, que é tudo que este governo não deseja”, afirmou Lobão.
Agência Brasil / Alana Gandra
Edição: Lílian Beraldo
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