Se for efetivado, livre comércio entre EUA e União Europeia pode aumentar em 65 bilhões de euros a produção econômica norte-americana.

O governo norte-americano sinalizou a intenção de firmar um acordo de livre comércio entre os Estados Unidos e a Europa. Num discurso ao Congresso estadunidense no início de fevereiro, o presidente Barack Obama revelou a intenção de realizar planos de livre comércio com a União Europeia. A proposta acendeu um sinal de alerta em vários países do mundo, pois pode prejudicar a economia dos emergentes diante de prováveis eliminações de barreiras regulatórias entre as duas potências.

Para a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), a iniciativa pode levar o Brasil a perder mercado com a comercialização de commodities como soja, carne bovina, frango, suco de laranja e açúcar. “As duas economias [Brasil e Europa] sempre tiveram má vontade em negociar a abertura de seus mercados no agronegócio e isso só vai piorar se o Brasil não tomar uma atitude”, afirma Fábio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores. Se for tomar alguma atitude, o Brasil tem tempo e argumento. De acordo com a AEB, o agronegócio é um dos assuntos que mais dividem os políticos americanos e europeus e deve ser um ponto delicado para a criação da zona de comércio.

Segundo projeções, um acordo de livre comércio entre as duas regiões aumentaria a produção econômica europeia em 86 bilhões de euros por ano (0,5% do PIB) e a americana em 65 bilhões de euros (0,4% do PIB). Isso pode levar o Brasil a deixar de realizar negócios com as nações mais ricas do mundo e, se for efetivá-los, se verá obrigado a aceitar todo tipo de regras impostas por essas economias. “A proposta de acordo entre Estados Unidos e União Europeia não é uma boa notícia para a economia brasileira”, afirma José Augusto de Castro, presidente da AEB.

No passado, o Brasil já ficou à margem de parcerias como o Alca (Acordo de Livre Comércio das Américas) e o Nafta (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio), mas trabalhou para fortalecer o Mercosul. Porém, o bloco sul-americano é considerado muito mais ideológico que comercial e fica prejudicado, principalmente, por decisões vindas da Argentina que, só no ano passado, aprovou mais de cem barreiras protecionistas. “O Mercosul está voltado para dentro, e não possui acordos bilaterais significativos”, diz Castro. Os planos comerciais extrarregionais do Mercosul incluem acordos com Israel e Índia, em vigor, e com Egito e Palestina, em incorporação.

Apesar disso, há quem não acredite na possibilidade de livre comércio entre Estados Unidos e União Europeia. De acordo com Craig VanGrasstek, professor de política comercial na Universidade de Harvard (EUA), “é mais provável que a proposta da zona de livre comércio seja fragmentada em iniciativas separadas”, acredita.

Com informações da revista IstoÉ.

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