Juros do cheque especial têm a maior alta dos últimos oito anos, mostra pesquisa do Procon
A taxa média mensal dos juros cobrados sobre o uso de cheque especial subiu de 9,31% para 9,35%, de março para abril, uma alta de 0,04 ponto percentual e uma variação anual de 192%. Essa é a maior elevação desde junho de 2003, quando os juros tinham alcançado a média de 9,43%, segundo o levantamento da Fundação Procon.
Três dos sete bancos pesquisados aumentaram os juros, segundo a pesquisa. No Banco do Brasil, a taxa passou de 8,15% para 8,27%, um acréscimo de 0,12 ponto percentual e variação de 1,47% sobre março. No banco Itaú o correntista paga em abril 8,96% ante 8,85% no mês anterior, uma alta de 0,11 ponto percentual. E, no Bradesco, houve correção de 0,04 ponto percentual, com a taxa alterada de 8,79% para 8,83%.
Já os empréstimos pessoais ficaram mais caros em quatro das sete instituições pesquisadas, com a alíquota média de 5,49%, o que é 0,07 ponto percentual superior à registrada em março (5,42%). É a taxa mais elevada desde junho de 2009 (5,52%). A variação anual está em 88,87%.
No Banco do Brasil, a taxa aumentou de 5,28% para 5,48%. Na Caixa Econômica Federal, instituição com as menores taxas, a alta foi de 0,17 ponto percentual, passando de 4,78% para 4,95%. No Itaú o percentual foi alterado de 6,30% para 6,38%. No Bradesco foi registrado acréscimo de 0,04 ponto percentual com a taxa em 6,08% ante 6,04%. Nos demais bancos (HSBC, Safra e Santander), as taxas permaneceram estáveis.
De acordo com a análise técnica do Procon, esses aumentos são reflexo das medidas tomadas pelas autoridades monetárias para conter a inflação como, por exemplo, a elevação da taxa básica de juros, a Selic, de 11,25% para 11,75% ao ano, conforme decisão tomada do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Além disso, a entidade aponta como justificativa a alta de preços das tarifas administradas e das cotações das commodities no mercado internacional.
A assistente de diretoria do Procon, Cristina Rafael Martinussi, salienta que “quando há tendência de alta, a reação das instituições em repassar os aumentos é imediata e, no sentido oposto, mais lenta”.
Ela recomenda que o consumidor evite usar o dinheiro do cheque especial já que os juros são mais caros e há o risco de se ficar preso ao débito por longo período, comprometendo o orçamento. Mesmo no caso dos empréstimos pessoais, Cristina aconselha cautela e a realização de pesquisa no mercado em busca de captações mais em conta como o crédito consignado, por exemplo.
Marli Moreira / Agência Brasil
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