Isenção de tributos não segurou inflação dos alimentos em 2013
Isenção de tributos para cesta básica e controle de preços dos combustíveis não impediram alimentos e bebidas de serem os vilões da inflação em 2013.

O anúncio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de que a inflação de 2013 medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 5,91% — acima da meta de 4,5% e também mais alta que os 5,84% do ano passado — evidenciou as causas do aumento de preços em 2013. O grupo que mais contribuiu para que o índice ficasse acima do centro da meta foi o de alimentos e bebidas, justamente o que recebeu incentivo do governo para redução nos valores.

Em março do ano passado, a presidente Dilma Rousseff anunciou a isenção de IPI, PIS e Cofins para os produtos da cesta básica, que ganhou novos itens na mesma ocasião. Nas semanas seguintes ao anúncio, no entanto, o Procon já divulgava pesquisa mostrando que, ao invés de cair, o preço da cesta básica havia aumentado em São Paulo.

No ano, o grupo alimentos e bebidas teve alta de 8,48%. Em dezembro a expansão foi de 0,89%, ficando em segundo lugar entre os maiores responsáveis pela inflação do último mês do ano, atrás apenas das despesas com transporte, por conta do aumento da gasolina em 30 de novembro.

O transporte, inclusive, foi um dos grupos que mais esteve em evidência no ano passado, quando o governo controlou ao máximo o preço dos combustíveis, pondo em cheque a credibilidade financeira da Petrobras. Foi, também, o principal tema dos protestos de junho que ocorreram em todo o Brasil a partir dos aumentos das tarifas de ônibus no país.

Ainda que os grupos mais sensíveis à população tenham sofrido aumento de preços, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda menor (de um a seis salários mínimos) teve um dezembro melhor que 2012 (0,54% ante 0,72%) e fechou o ano em 5,56%, abaixo dos 6,20% do ano anterior.

Inflação com Dilma é menor que com antecessores

Avaliação feita pelo jornal O Estado de São Paulo mostra que, apesar de a inflação durante o governo Dilma não ter ficado, até agora, no centro da meta, a taxa média para esses três anos da presidente é menor do que os três primeiros anos dos seus antecessores no Palácio do Planalto.

Nos primeiros três anos de Fernando Henrique Cardoso, a inflação média havia sido de 12,40%. Com Lula, os três primeiros anos alcançaram uma média de 7,53%. Já com Dilma, esse índice é de 6,08%.

Apesar disso, conforme análise da publicação, o contextos dos dois presidentes anteriores era diferente. FHC assumiu com uma inflação em 916,43% em 1994. Lula, ainda que tenha chegado ao governo com uma inflação controlada, recebeu do antecessor uma taxa de 12,53%, o que já era alto para o contexto da época.

Com Dilma a realidade é outra. A presidente herdou de Lula uma inflação em 5,90% em 12 meses, patamar abaixo da sua média atual.

Para este ano, a previsão do mercado divulgada nesta segunda-feira, 13, pelo Banco Central, é de que a inflação chegue a dezembro em 6%: índice superior aos 5,97% da semana passada.

Com informações do portal G1 e do jornal O Estado de S. Paulo.

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