Intenção de consumo tem a primeira elevação em seis meses
Após seis meses de retrações, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou aumento na comparação mensal, alcançando alta de 0,9% entre julho e agosto. Em uma escala de 0 a 200, a ICF chegou a 69,3 pontos.
A alta foi puxada pela variação positiva em todos os sete componentes do índice de intenção de consumo. Na variação anual, porém, houve um recuo de 15,3% e o resultado ainda evidencia uma percepção ruim, de acordo com a CNC, pois está bem abaixo da chamada zona de indiferença, de 100 pontos.
O único componente que ficou acima dos 100 pontos foi a avaliação do emprego atual, que subiu 1,6% em relação a julho, chegando a 102,3 pontos. No entanto, na comparação com o mesmo período do ano passado apresentou uma queda de 5,6%. O percentual de famílias que se sentem mais seguras em relação ao emprego no momento é de 28,9%.
Com 44,2 pontos, o Nível de Consumo Atual subiu 0,5% em relação ao mês anterior. Na comparação anual, houve uma queda de 29%. A maior parte das famílias declarou estar com o nível de consumo menor do que no ano passado: 66%.
A intenção de Compras a Prazo caiu 20,9% na comparação com agosto de 2015. Com 64 pontos, o componente apresentou uma elevação de 1,1% em relação a julho. Esse resultado foi puxado pelo elevado custo do crédito, o alto nível de endividamento e o aumento do desemprego.
As famílias apresentaram aumento de 0,5% nas perspectivas em relação ao mercado de trabalho na comparação mensal. Já em relação ao mesmo período do ano passado, houve uma queda de 5,4% e o índice ficou em 94 pontos. Quase metade das famílias – 48,6% – considera negativo o cenário para os próximos seis meses.
Com aumento de 0,4% em relação a julho, o item Perspectiva de Consumo alcançou 53,6 pontos. Na comparação anual, o recuo foi de 20,4%. As expectativas menos negativas para o segundo semestre levaram a CNC a revisar suas projeções para o varejo restrito de -5,6% para -5,4% ao final de 2016. Também houve revisão da projeção para o varejo ampliado (que engloba automóveis e materiais de construção) de -10,6% para -9,8%.
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