O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no país, fechou 2009 em 4,31%. O resultado ficou abaixo do centro da meta estipulada pelo Banco Central para o ano, que era de 4,5%, e também foi inferior à inflação observada em 2008, quando foi registrada alta de 5,90%.

Em dezembro, a taxa apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de 0,37%, inferior à de novembro, quando houve elevação de 0,41%. Em dezembro de 2008, o IPCA havia ficado em 0,28%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (13) pelo IBGE. De acordo com o levantamento, com o resultado do ano foi o mais baixo desde 2006, quando a inflação havia sido de 3,14%.

A redução do ritmo de crescimento nos preços dos alimentos, principalmente no segundo semestre, foi o fator que mais contribuiu para a diminuição do IPCA na passagem de um ano para o outro. Em 2008, a alta de 11,11% nesse grupo foi o que puxou a inflação oficial do país. Já em 2009, os alimentos tiveram variação bem menor, de 3,18%, sendo 2,64% nos seis primeiros meses, e 0,52% no período de julho a dezembro.

Apesar do comportamento do grupo, foi o item refeições em restaurante que exerceu a principal pressão sobre o índice. No ano, a alimentação fora de casa ficou 9,05% mais cara em 2009. Em seguida, aparece o açúcar refinado, que teve alta de 52,99%.

Em movimento oposto, as principais contribuições negativas partiram de arroz e feijão, com queda de 13,14% e 37,43% respectivamente, e das carnes (-5,33%).

Por outro lado, os produtos não alimentícios tiveram alta de 4,65% em 2009, acima do registrado em 2008 (4,46%). A elevação foi puxada pelos itens colégios (5,94%) e empregado doméstico (8,73%). Os combustíveis também contribuíram para o movimento, tendo fechado o ano com alta de 2,61%.

Na passagem de um mês para o outro, os alimentos reduziram o ritmo de alta e ficaram com 0,24% depois de subirem 0,58% um mês antes. A diminuição na taxa foi influenciada pela batata inglesa, que teve deflação de 10,58% em dezembro, depois de ter registrado alta de 26,06% em novembro.

Os não alimentícios tiveram elevação mais intensa entre os dois meses, passando de 0,36% em novembro para 0,41% em dezembro. A principal contribuição partiu de passagens aéreas, que subiram 46,91%.

A região metropolitana de Brasília foi a que apresentou o IPCA mais elevado em 2009, com taxa de 4,92%, influenciada pelas altas em alugueis (8,08%), condomínios (9,07%) e passagens aéreas (51,39%). Já a taxa mais baixa foi observada em Goiânia (3,45%), onde os alimentos apresentaram a menor variação (0,93%).

O IPCA é calculado com base no consumo das famílias com rendimentos até 40 salários mínimos e abrange nove regiões metropolitanas do país, além do município de Goiânia e de Brasília. Para realizar este levantamento, foram coletados preços no período de 28 de novembro a 29 de dezembro e comparados aos vigentes entre 30 de outubro e 27 de novembro.

Agência Brasil / Thaís Leitão
Edição: Talita Cavalcante

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