O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado pelo governo para fixar as metas de inflação, ficou em 0,15% em agosto. O resultado é inferior ao registrado no mês de julho, quando a taxa havia sido de 0,24%, e alcançou o menor patamar desde agosto de 2006, quando a variação havia sido de 0,05%.

Em agosto de 2008, o IPCA havia ficado em 0,28%. Com os dados divulgados hoje (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice acumula no ano alta de 2,97%. Essa taxa é menor do que a observada no mesmo período do ano passado (4,48%).

O acumulado nos últimos 12 meses encerrados em agosto, 4,36%, também ficou abaixo do verificado nos 12 meses imediatamente anteriores (4,50%).

De acordo com o levantamento, a taxa dos alimentos permaneceu praticamente estável, passando de –0,01% em julho para –0,06% em agosto. O leite pasteurizado, que vinha pressionando o IPCA desde abril, reverteu a trajetória e passou de alta de 4,02% para queda de 6,61% no período. Este item foi o que apresentou a contribuição individual mais baixa do mês: -0,09 ponto percentual. O documento do IBGE destaca, que, apesar disso, no ano o leite pasteurizado continua em alta, acumulando variação de 25,21%.

Ainda no âmbito dos alimentos, o item frutas, com alta de 4,93%, foi o que exerceu a maior pressão em agosto. Com esses resultados, o grupo alimentação e bebidas acumula no ano alta de 2,56%, abaixo do verificado em igual período de 2008, quando a taxa havia sido de 9,58%.

Já os produtos não alimentícios tiveram alta de 0,20%, menos intensa do que em julho (0,33%). O grupo habitação (de 1,11% para 0,47%) apresentou redução no ritmo de aumento, influenciada pelas tarifas de energia elétrica (de 3,25% para 0,39%).

O IPCA foi pressionado pela taxa de água e esgoto (de 0,23% para 1,00%), puxada pelo reajuste de 6,0% ocorrido no início do mês no valor das tarifas do Rio de Janeiro e de 6,5% em Fortaleza, no fim de julho.

O grupo transportes (de 0,14% para –0,11%) teve queda, influenciada pelas passagens aéreas que ficaram mais baratas no período, passando de –6,81% para –10,97%, e por automóvel usado (de –1,66% para –1,55%). Também houve alta menos intensa em ônibus interestadual (de 5,80% para 0,60%), gasolina (de 0,68% para 0,16%) e álcool (de 2,47% para 1,44%).

O levantamento do IBGE destaca ainda que houve queda nos seguintes artigos de residência: mobiliário (de 1,15% para –1,06%), eletrodomésticos (de –0,41 % para –0,40%) e consertos e manutenção (de –0,86% para –0,26%).

Já o grupo educação teve alta de 0,83%, impulsionada pelos cursos (ensino formal), com elevação de 0,74%, e pelos cursos diversos (informática, idioma etc.), que variaram 1,95%. O mesmo movimento foi observado em vestuário (de –0,01% para 0,13%), refletindo o fim do período de liquidações.

Entre as regiões metropolitanas, Brasília foi a que apresentou a taxa mais elevada no mês de agosto (0,44%), influenciada principalmente pela alta nos preços dos cursos formais e diversos. Já o menor índice foi observado em Curitiba (5,01%), onde a gasolina e o álcool ficaram mais baratos.

Para o cálculo do IPCA, os preços foram coletados entre 29 de julho e 28 de agosto e comparados com os preços vigentes de 30 de junho a 28 de julho. O índice considera os gastos de famílias com rendimento mensal de até 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas de Porto Alegre, Belém, Curitiba, do Rio de Janeiro, de São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife e Salvador, além de Brasília e Goiânia.

Agência Brasil / Thais Leitão

Edição: Juliana Andrade

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