Depois do resultado da inflação em 2013, que ficou em 5,91% — maior do que o esperado pelo governo e também superior ao registrado no ano anterior — o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, por unanimidade, elevar em 0,5% a taxa básica de juros (Selic), de 10% para 10,5% ao ano. A decisão foi anunciada na noite desta quarta-feira, 15, e representa a sétima alta consecutiva dos juros básicos.

De acordo com o presidente do BC, Alexandre Tombini, a inflação mostrou resistência acima do esperado: “Essa resistência da inflação, em grande medida, se deveu à depreciação cambial ocorrida nos últimos semestres [dólar em alta com relação ao real], a custos originados no mercado de trabalho, além de recentes pressões no setor de transportes”.

Com a medida, a Selic volta ao maior patamar desde janeiro de 2012, quando saiu de 11% para 10,5% até março daquele ano.

Para o mercado financeiro, a alta já era esperada, ainda que menor que o anunciado. A estimativa dos economistas é que a inflação neste ano fique em 6%, devido à alta de preços de produtos e serviços que estavam controlados em 2013, como os ônibus interestaduais e municipais, energia elétrica, água, planos de saúde e telefonia, entre outros.

A política fiscal, que impacta diretamente nos rumos da inflação, também continuará pressionando os resultados, principalmente por ser ano eleitoral. E mais: o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já adiantou que não fará novas desonerações neste ano.

Para 2015, a expectativa é de que a Selic chegue a 11,5%.

Meta. Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar em 4,5% neste ano, com tolerância de dois pontos para mais ou para menos.

Com informações do portal G1.