Inadimplência no comércio volta a crescer em julho
A inadimplência no comércio do país registrou alta de 15,25% em julho na comparação com o resultado do mês anterior, voltando a crescer após queda de 22,67% registrada em junho. Os dados foram divulgados hoje (12) pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Em relação aos dados de julho de 2008, a inadimplência caiu 13,73%. No acumulado do ano, a queda é de 7,25%.
De acordo com o levantamento, as datas comemorativas nos últimos meses, como os dias das Mães e dos Namorados, e a proximidade do Dia dos Pais, foram os principais motivos que levaram o consumidor a se comprometer com gastos e parcelamentos no varejo. Também contribuíram para o resultado a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros novos, materiais de construção e eletrodomésticos da linha branca
“Temos datas importantes anteriores ao mês de julho. Isso gera novo endividamento do consumidor, o que é normal e natural”, disse o presidente do SPC Brasil, Roberto Alfeu Pena Gomes.
As mulheres lideram os registros no SPC, com 54,98% do total de inadimplentes. Por idade, a maior parcela de endividados (27,58%) é formada por pessoas de 30 a 39 anos de idade.
O volume de cancelamentos de registros no SPC também teve variação negativa de junho para julho. O número de pessoas que quitaram seus débitos teve queda de 26%. No entanto, segundo o presidente do SPC Brasil, a tendência para o segundo semestre do ano é de alta na quantidade desses cancelamentos. Segundo ele, o consumidor vê a necessidade de ter o nome limpo para voltar a consumir em datas comemorativas como o Natal.
Para Gomes, a queda de 7,25% verificada no acumulado do ano revela uma mudança na postura dos consumidores, que estão mais cautelosos ao fazer compras e preocupados em quitar as dívidas. Segundo ele, após o agravamento da crise financeira internacional, em setembro de 2008, o consumidor passou a gastar menos, com medo do futuro. “Ele entendeu que poderia perder seu emprego.”
Agência Brasil
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