Buscar novas oportunidades é uma ação que deve fazer parte da rotina de qualquer empreendedor. Dessa forma, a inovação torna-se um ponto central. Esse assunto foi tema de uma das palestras da Expogestão 2016, que reuniu Malte Horeyseck, Sócio co-fundador da Dafiti, Peter Fernandez, diretor de produto na 99Taxis; e Romeo Busarello diretor de marketing e ambientes digitais da Tecnisa.

Horeyseck define a inovação como um novo conceito ou objeto que chega no mercado, caracterizada pela novidade e por ser uma ideia é trabalhada ao longo das etapas do ciclo da inovação: ter a ideia, construí-la, implantá-la, validá-la, aprender com o que foi realizado e, assim, buscar o aprimoramento constantemente. No entanto, segundo o executivo, a inovação não precisa ser necessariamente algo nunca visto até então e “pode ser uma inovação regional para uma audiência que ainda não conhece esse produto”.

O fato é que investir em inovoção em um momento como a atual crise econômica é um verdadeiro desafio. Busarello, que também é professor universitário, tentou amenizar o tom ao afirmar que o momento atual não é de todo ruim, quando comparada à década de 1980. “A situação foi bem pior, pois não havia esperança”. E o olhar otimista não parou por aí. “O maior tesouro deste país é que tem muita bucha para ser resolvida. E onde tem bucha, tem negócios”.

Ele explica que os empreendedores e os gestores precisam estar atentos às oportunidades que os problemas podem gerar. Às vezes, uma pequena mudança de hábito ou mentalidade na sociedade pode gerar um negócio bastante lucrativo. Prova disso é o fato de que as pessoas estão adquirindo cada vez mais serviços no lugar de produtos, de modo que o mercado está se modificando. “Em uma cidade como São Paulo, as pessoas gastavam tempo para economizar dinheiro. Hoje as pessoas gastam dinheiro para economizar tempo. Essa frase pode mudar muitos negócios quando você vê ela com atenção”.

Para Busarello, é fundamental que tanto os profissionais quanto as empresas estejam em constante atualização, para saber identificar e aproveitar novas oportunidades para inovar. “As empresas estão viciadas no no que elas sabem fazer para ganhar dinheiro. E elas não morrem por fazerem coisas erradas, mas por fazerem as coisas certas por muito tempo”. Essa afirmação é exemplificada com o caso da Netflix e do Spotify que conquistaram parcela significativa dos consumidores interessados em CDs e DVDs, acostumados a comprar esses produtos em livrarias.

Reconhecer uma oportunidade para inovar é não é das tarefas mais fáceis, mas é fundamental para se manter em um mercado caracterizado por mudanças rápidas. Por isso, o professor destacou a necessidade que muitos empreendedores têm de mudar a direção do negócio e, assim, não ser ameaçado por uma nova tendência ou tecnologia. “É preciso fazer isso [mudar] antes que a concorrência o faça e seu negócio acabe”, finaliza.

Fernandez, o diretor de produto da 99Taxis, afirma que, para inovar, o primeiro passo é conhecer bem o cliente e ter um contato real com ele. Daí a importância do atendimento ao consumidor, que deve ser pensado como um investimento. Afinal, ele é o canal direto com quem está interessado nos produtos ou serviços oferecidos, permitindo que a empresa saiba quais são suas reais necessidades e, assim, possa oferecer soluções novas e apropriadas.