De acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mesmo com o fim da redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), que vigorou de dezembro de 2008 a março deste ano, o preço do carro novo continua em queda. O índice é mensurado pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE).

A média feita de janeiro a setembro contabilizou uma queda de 0,73%. Só no mês passado a redução foi de 0,26%. Nesses períodos, a inflação oficial apresentou alta de 3,60% e 0,45%, respectivamente. Já os carros usados tiveram deflação de 1,86% e 0,46%.

Luiz Carlos Mello, que coordena o Centro de Estudos Automotivos (CEA), salienta que, essa redução se deve à concorrência com os veículos importados. “As marcas querem alcançar ou manter posições e, nesse esforço, o principal instrumento é o preço”, resume.

Nos nove primeiros meses do ano, as vendas de automóveis produzidos no país (1,591 milhão) caíram 1,5% no comparativo com o mesmo período em 2009, ante um crescimento de 34,3% dos licenciamentos de carros importados (289,2 mil), de acordo com a Anfavea (associação das montadoras).

Vale lembrar que parte desses veículos vem da Argentina e do México, trazidos por montadoras instaladas no Brasil, e têm isenção no Imposto de Importação devido a um acordo comercial. Para os demais, a alíquota é de 35%.

Na sexta-feira (8), o dólar fechou a R$ 1,667, no menor patamar desde 2 de setembro de 2008, antes do agravamento da crise econômica mundial.

Além desses fatores, a expansão da oferta de crédito e os juros em queda elevaram a participação dos consumidores nas vendas de automóveis de 62,9% do total em 2009 para 71,0% no acumulado deste ano até setembro. Em 2008, a fatia da pessoa física não chegava nem à metade dos licenciamentos (45,4%), segundo a Fenabrave (federação das concessionárias).

Para Mello, a escassez de crédito em meio à crise econômica foi o principal motivo para a diminuição das vendas. Na sua opinião, a redução de IPI foi um “estímulo adicional”, porém teve “mais um efeito psicológico do que prático”.

Promoções

A margem de lucro das concessionárias de veículos “está caminhando para zero”, segundo Sergio Reze, presidente da Fenabrave. Em palestra no congresso da entidade no mês passado, o executivo chamou a atenção para os perigos da “competição desenfreada, com diuturnas promoções para ultrapassar o concorrente”.

“Uma exacerbação de promoções tende a gerar distorções de mercado”, completou. Para Reze, os consumidores não acreditam mais em propagandas do tipo “essa é a última oportunidade para comprar seu carro com desconto”, já que, na semana seguinte, haverá outra campanha promocional.

Questionado se as concessionárias não deveriam se unir para ganhar força na negociação com as montadoras sobre o desconto que será oferecido aos consumidores, ele respondeu que “uma quer uma coisa, uma quer outra”. “Procuramos discutir esse modelo hoje”, disse, referindo-se ao discurso feito em setembro a uma plateia lotada de representantes de concessionárias.

Com informações da Folha.com.

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