clima econômico

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou para baixo as previsões para o desempenho da economia brasileira este ano. A estimativa de queda do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todas as riquezas produzidas pelo país – passou de 2,6%, na projeção divulgada no fim de 2015 para 3,1%, segundo o Informe Conjuntural do primeiro trimestre de 2016.

A projeção para o PIB industrial foi alterada de queda de 4,5% para 5% no terceiro ano consecutivo de retração da indústria. Pela previsão da CNI, os investimentos encolherão 13,5%, o consumo das famílias diminuirá 4,4% e o desemprego atingirá 11,5% da população.

A CNI avalia que “a dominância de um ambiente de incerteza política – geradora de instabilidade econômica e baixa confiança dos agentes – mantém a economia brasileira em forte recessão”.

Para a CNI, a recuperação da economia depende de um ajuste fiscal permanente e de medidas que restabeleçam a confiança dos agentes econômicos. “Sem essa ação coordenada, a crise irá se estender por prazo insustentável para as empresas e a sociedade”, diz a CNI.

Contas públicas

A previsão de déficit primário – valor dos gastos do governo que superam a arrecadação – alcançará R$ 100 milhões, segundo a CNI. “A magnitude dos déficits dos últimos dois anos, aliada a um pesado serviço da dívida e à recessão, determinam uma trajetória da relação dívida/PIB crescente e preocupante”, alerta o Informe Conjuntural. As estimativas indicam que a dívida líquida do setor público alcançará 72,9% do PIB.

No entanto, há alguns sinais positivos no horizonte, diz a CNI. Um é a recuperação dos saldos positivos na balança comercial brasileira, influenciada pela desvalorização do real frente ao dólar. A balança comercial brasileira deve fechar o ano com um superávit de US$ 42 bilhões, resultado da queda das importações e da retração menos intensa das exportações. A CNI prevê que as exportações somarão US$ 192 bilhões e importações, US$ 150 bilhões.

A Confederação Nacional da Indústria também destaca a desaceleração da inflação. Embora o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumule alta de 2,6% no ano e de 9,4% nos 12 meses encerrados em março, a tendência é que as pressões inflacionárias diminuam com a desaceleração dos preços administrados e a queda do consumo e da produção. O IPCA fechará 2016 em 7,1%, inferior aos 10,7% registrados em 2015.

Na avaliação da CNI, a queda da inflação e a recessão permitirão a redução da taxa básica de juros. A taxa Selic baixará dos atuais 14,25% para 13,75% ao ano, no fim de 2016. A taxa real de juros (descontada a inflação) será de 5,2%.
Além disso, a CNI destaca que os estoques de alguns segmentos da indústria estão se ajustando aos níveis planejados pelos empresários, o que significa que a economia pode reagir, quando as demandas externa e interna se recuperarem.

Fonte: Agência Brasil.

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