Apesar de dois avanços consecutivos, não é possível afirmar que a inflação oficial vai subir nos próximos meses. A avaliação é da economista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Eulina Nunes.

Puxada pelos gastos com educação, a aceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ficou em 0,55% em fevereiro contra 0,48%, em janeiro, é sazonal.

“Em fevereiro, o único grupo de destaque que apresentou avanço foi educação. Os outros todos caíram”, afirmou Eulina. “Em março, o resultado de educação não vai se repetir e tudo vai depender mesmo da reação dos preços que serão praticados nos outros produtos”, completou.

De acordo com a economista, o IPCA revelou que, apesar de pressões como alta do dólar, o “momento difícil que o país vive” implica restrições ao aumento de preços por conta do avanço do desemprego, da dificuldade de acesso ao crédito e da cautela do consumidor.

Como exemplo, ela cita o movimento do setor de vestuário, que teve deflação de 0,24%, em fevereiro. “Os lojistas precisam de espaço para as novas coleções e a saída tem sido diminuir preços ou não praticar reajustes. Em fevereiro, continuaram as promoções de verão”.

Segundo Eulina, embora a taxa no acumulado nos últimos 12 meses seja de 5,90%, acima dos 5,84% verificados nos 12 meses imediatamente anteriores, a aceleração de preços dependerá do cenário econômico e, principalmente, da reação do consumidor.

Agência Brasil / Isabela Vieira

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