Governo vai usar bancos públicos para reaquecer indústria automotiva
Com medidas de incentivo ao crédito e à produção por meio de bancos estatais, governo Federal pretende reaquecer a indústria. Foto: Agência Brasil

O governo Federal vai lançar um pacote para dar “respiro” às cadeias produtivas que mais sofrem os efeitos da desaceleração econômica. Com a medida, os bancos públicos deverão facilitar o crédito e fornecer condições especiais para empresas em diversos setores que se comprometerem a manter os empregos de seus colaboradores.

A Caixa Econômica Federal vai oferecer R$ 5 bilhões até o final deste ano, em capital de giro e financiamento à produção. O primeiro segmento beneficiado será o automotivo, que amarga queda nas vendas, na lucratividade e já passou das 10 mil demissões em 2015. Para a presidente da Caixa, Miriam Belchior, o convênio tem grande importância para a cadeia produtiva do setor.

Nesta quarta-feira, 19, o Banco do Brasil também anunciou um acordo semelhante com associações do setor, com o objetivo de reaquecer as atividades. Numa primeira etapa, o banco deverá apoiar financiamentos a fornecedores da cadeia produtiva de automóveis, desembolsando R$ 3,1 bilhões. No caso do BB, o acordo inicial deve contemplar 26 empresas, mas este número pode se expandir conforme a necessidade.

Os críticos ao projeto trazem à tona o uso de medidas estatais para alavancar a venda de carros, quando o ministro da Fazenda ainda era Guido Mantega. Na época, a isenção de impostos para estimular o consumo chegou a alavancar a economia nacional, mas também é tida como uma das causas da atual estagnação da indústria.

Leia mais sobre o diferencial entre o posicionamento de Mantega e de Levy, na Fazenda.

Joaquim Levy não fez nenhuma declaração oficial sobre as ações, mas durante seu discurso, na terça-feira, Miriam Belchior afirmou que o pacote tem o total consentimento do ministro, além de consenso com os ministérios do Planejamento e da Casa Civil. A presidente da Caixa afirmou ainda que o modelo deverá se expandir para setores como o da construção civil, eletroeletrônicos, papel e celulose e fármacos e químicos.

Com informações do Valor Econômico e do Estado de S. Paulo.

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