Governo se agita para barrar alta do dólar e segurar inflação
A disparada do dólar, que chegou a R$ 2,45 nesta quarta-feira, 21 – a maior cotação desde dezembro de 2008 – agitou os bastidores do governo e obrigou a presidente Dilma Rousseff a tomar medidas emergenciais, principalmente por causa dos impactos que a escalada da moeda pode causar na inflação brasileira com a pressão sobre o preço da gasolina e até da energia elétrica, recentemente reduzida, entre outros produtos. Uma reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN) foi marcada para esta quinta-feira, 22. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, cancelou uma viagem que faria aos Estados Unidos para permanecer em Brasília.
Logo depois do resultado do câmbio na quarta, Dilma já convocou ministros de várias pastas para definir as estratégias para controlar a situação, ainda que reste pouca coisa a ser feita: a desvalorização do real é consequência do realinhamento internacional dos investidores. Desde o início da crise, o Federal Reserve (Fed, Banco Central dos EUA), recompra títulos da dívida do país e outros papéis para atrair, novamente, bilhões de dólares aos EUA.
O assunto já preocupava o governo durante todo o dia de ontem e foi pauta de reunião entre Dilma e a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Fernando Pimentel (Desenvolvimento), mais Graça Foster (Petrobrás). No encontro, decidiu-se que a estatal deverá receber mais um reajuste no preço do óleo diesel e da gasolina para diminuir a defasagem de preços com a compra de combustível a um preço maior fora do Brasil e a venda mais barata dentro do país. A perda de dinheiro da estatal com esse movimento é diária e chega a 30%. Parte desse custo será repassado ao consumidor.
Enquanto isso, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, discutia parâmetros do Orçamento. Ao longo do dia, o BC ofereceu ao mercado US$ 1,774 bilhão em contratos de swap cambial, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro.
Entre as medidas aguardadas pelo mercado para frear a disparada da moeda norte-americana está o uso das reservas internacionais, com venda de dólares à vista. O ministro Guido Mantega acredita que não é hora para tomar essa decisão, mas Alexandre Tombini não descarta a possibilidade.
Com informações do Estado de S. Paulo.
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