O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse nesta quarta-feira, 22, na capital paulista, que o governo estuda diminuir a carga tributária federal das telecomunicações e que deve discutir o assunto também com os estados. Esses tributos, segundo o ministro, são muito altos no Brasil, representando, em média, 40% da fatura de uma conta de telefone, por exemplo. “Nós precisamos enfrentar esse problema”, reforçou.

A medida, de acordo com Paulo Bernardo, é uma resposta à demanda do país por novas tecnologias como a banda larga móvel, que apresentou aumento de 100% em 2011. No Brasil, 25% dos telefones celulares já têm disponibilidade para internet, informou o ministro.

Paulo Bernardo lembrou que o governo pretende lançar o Plano de Universalização da Internet até o final de 2013 e que, para isso, o país precisará ter toda disponibilidade de tecnologias existentes, como cabo, rádio,wireless e satélite.

O ministro disse que na terça-feira, 21, em reunião que teve com a presidenta Dilma Rousseff, foi discutido o uso da frequência de 700 mega-hertz (MHz) para a banda larga. Ele informou que o governo avalia fazer uma licitação dessa frequência no segundo semestre de 2013. Hoje, a frequência de 700 MHz é destinada à radiodifusão, usada basicamente pelas emissoras de televisão aberta.

A licitação, de acordo com ele, depende da desocupação dos 700 MHz, que deve ocorrer até 2016, prazo estabelecido pelo governo para que haja a implementação da TV digital no país e o consequente desligamento do sinal analógico. “A Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações] está fazendo um estudo e conclui, ainda neste semestre, se há possibilidade de acelerarmos esse agrupamento [dos canais], digitalizar mais rapidamente a TV, reagrupar antes de 2016 e passar a usar [a frequência] para a banda larga”.

O governo federal estuda também mecanismos de incentivo para estimular a compra de televisões digitais antes do prazo para a extinção do sinal analógico de TV.

Paulo Bernardo destacou ainda que, na reunião com a presidenta, ele recebeu a confirmação de que a emenda que inclui os smartphones na Lei do Bem, já aprovada no Congresso Nacional, será sancionada. Essa lei traz a desoneração de impostos federais para produtos e processos que tragam inovação. “Isso é importante porque vai facilitar a produção com menor custo, baratear o preço. Isso ajuda muito no desenvolvimento desse mercado”, disse o ministro.

Fernanda Cruz / Agência Brasil

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