GM do Brasil diz que não faz parte de concordata nos EUA e mantém investimentos
O presidente da General Motors do Brasil, Jaime Ardila, destacou ontem (2) que a unidade não faz parte do processo de recuperação judicial anunciado ontem pela matriz nos EUA. Ele informou que nada deverá mudar para o cliente da GM no Brasil e que a empresa mantém os planos de investir de US$ 2,5 bilhões até 2012.
“A GM Brasil será uma parte da Nova GM. O comprador da Nova GM será o governo dos Estados Unidos e vai fazer isso convertendo em ações os empréstimos dados. Vamos mudar de dono na Nova GM, mas não somos [GM Brasil] parte do processo de recuperação judicial”, disse ele.
Ardila informou que a GM deverá ter mais independência financeira e de pender de suas próprias operações. Segundo o executivo, a GM Brasil não vai receber ajuda da matriz e não vai dar nada a ela nos próximos anos, já que a GM nos EUA “tem um padrinho melhor, que é o governo dos EUA”, que vai bancar a reestruturação com o governo do Canadá, que já mostrou interesse, e recursos próprio de caixa.
“A GM no Brasil terá recursos suficientes para financiar produtos e modernizar as fábricas. A GM não espera e não precisa de ajuda da matriz desde 2005. E nos próximos cinco anos não vai receber ajuda e não vai ajudar a GM dos Estados Unidos”, afirmou.
Dos US$ 2,5 bilhões em investimentos previstos para o período de 2007 a 2012, a GM do Brasil já anunciou e aprovou a liberação de US$ 1,5 bilhão, empregados no lançamento de cinco modelos até 2010 (o cronograma prevê o lançamento de um modelo neste ano e os outros quatro em 2010).
O dinheiro restante será empregado em novas plataformas e, segundo Ardila será de recursos próprios. A possibilidade de buscar financiamento em bancos será “uma decisão futura”, segundo Ardila.
Consumidor
Os executivos da GM brasileira destacaram que a reestruturação da matriz nos EUA não deve ter impacto para os proprietários de carros da marca no país, nem para fornecedores. Além de manter os investimentos, a montadora não prevê a retirada de nenhum modelo da linha atual.
“Hoje, não compramos nada dos Estados Unidos e também não vendemos produtos para lá. Não tem impacto sobre produto”, disse Ardila, que informou a intenção da montadora importar um “produto pequeno” dos EUA, tradicional na produção de grandes veículos.
Em relação à negociação da Opel com a canadense de autopeças Magna, ele informou ainda que o acordo prevê a manutenção dos atuais vínculos de produto. “A produção da Opel continuará sendo desenvolvida dentro da GM. Não muda em termos de estrutura”, informou.
A GM do Brasil, que já teve um número grande de veículos com origem na Europa, mudou esse cenário, segundo Ardila. “Hoje, a Europa tem um projeto em desenvolvimento e terá continuidade.”
Ardila destacou que, atualmente, a unidade brasileira não compra serviços tecnológicos (engenharia e design) da corporação, mas os vende. Segundo ele, nos últimos três anos, a subsidiária vendeu para a GM mundial US$ 430 milhões em tecnologia, incluindo US$ 165 milhões para a corporação em 2008.
Folha Online
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