Gasto com pagamento de juros consome dois meses de renda do brasileiro
Pesquisa da FecomercioSP revela: para pagar juros, brasileiros endividados precisam trabalhar quase dois meses. Despesas com encargos tomam 14,4% da renda anual.

Levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) a pedido do jornal Folha de S. Paulo mostra que o pagamento de juros equivale a quase dois meses de trabalho dos brasileiros endividados. Segundo as estimativas da entidade, as despesas com pagamento de juros tomam, pelo menos, 14,4% da renda total dos trabalhadores durante o ano.

Só em 2013, os gastos com juros de empréstimo pessoal, cartão de crédito e cheque especial chegaram a R$ 233 bilhões em todo o país, enquanto a renda anual das pessoas físicas foi de aproximadamente R$ 1,62 trilhão. Ou seja, o valor total de juros equivale a 52,5 dias de rendimentos anuais dos brasileiros, incluindo salários e outras rendas, como juros de aplicações financeiras e aluguel de imóveis. O peso dos juros no orçamento pode ser ainda maior, no entanto, dependendo dos rendimentos do trabalhador e da linha de crédito contratada.

Para chegar a esses valores, a Fecomercio baseou-se em dados levantados mensalmente em todas as capitais com 18 mil consumidores, em estatísticas da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e do Banco Central (BC). Linhas de crédito direcionadas, como financiamento imobiliário, não contaram para a pesquisa.

A questão, porém, não é a quantidade de pessoas endividadas. Segundo a Fecomercio, 60% das famílias no Brasil têm alguma dívida: um número equivalente ao padrão mundial. Mas como os juros no país são muito altos, as despesas com encargos financeiros tornam-se um problema grande no orçamento familiar. Essa é a avaliação do assessor econômico da FecomercioSP, Altamiro Carvalho. Segundo ele, “essa conta tão alta com juros alavanca a inadimplência”.

Ainda de acordo com a Fecomercio, nos últimos três anos, o número de calotes foi proporcional ao aumento da taxa básica de juros (Selic). Na visão de Carvalho, embora o tempo avaliado não seja muito longo para se tirar conclusões mais precisas, “fica claro que, em momentos de alta de juros, a inadimplência sobe”.

Com informações da Folha de S. Paulo.

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