Os presidentes do Banco Itaú, Roberto Setubal, e do Unibanco, Pedro Moreira Salles, afirmaram em entrevista coletiva, ontem (3), que a fusão das duas instituições não causará demissões nem fechamento de agências. Em entrevista coletiva concedida nesta tarde, em São Paulo, ambos disseram que a junção dos bancos foi acertada visando o crescimento das empresas envolvidas. Portanto, para eles, não faria sentido a demissão de trabalhadores.

“Nossa intenção é manter as agências e não haverá planos para demissão”, afirmou Setubal, ressaltando que a nova empresa terá mais de 4 mil agências – mil do Unibanco, mais 3 mil do Itaú.

“É lógico que podem existir sobreposições em alguns postos de trabalho, mas são poucos”, complementou Salles. “Pode haver um momento de transição, mas, em três ou quatro anos, queremos aumentar o número de funcionários.”

Ainda de acordo com Setubal e Salles, a fusão dos bancos criará a IU Participações. Para eles, essa nova empresa terá capacidade de se inserir no mercado global e, dentro de cinco anos, tornar o que eles chamaram de global player, ou seja, uma empresa com negócios em vários países.

Segundo Setubal, a América Latina deve ser o primeiro mercado a ser explorado pela IU, mas que será estudada a possibilidade de entrada em outros países. “A América Latina é o caminho natural, pelos índices de crescimento econômico e pelas semelhanças culturais”, afirmou, acrescentando que tanto Itaú quanto Unibanco já mantêm agências no Mercosul.

Ele afirmou também que ainda não estão definidas possíveis mudanças em marcas das duas empresas. Só adiantou que a primeira alteração prática será a integração das redes de caixa-eletrônicos para que clientes das instituições possam usar as máquinas de qualquer um dos bancos.

Salles informou que a tendência é que o volume de empréstimos aumente. Segundo ele, o patrimônio líquido da nova empresa será de R$ 52 bilhões e as carteiras de créditos somam R$ 225 bilhões.

Ele avisou, porém, que os planos de crescimento só poderão ser colocados em prática depois de o Banco Central aprovar a fusão. Procurado, o BC disse ainda não ter informações sobre o negócio.

Agência Brasil / Vinicius Konchinski

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