O financiamento habitacional deverá ser a principal modalidade de crédito utilizada para pessoas físicas no país. Atualmente, a maior procura é pelo crédito pessoal que inclui, também, o empréstimo consignado, descontado em folha de pagamento. Até março, a busca de recursos para a compra de imóveis deve ultrapassar o primeiro colocado, conforme avaliação dos economistas.

De acordo com Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, os bancos têm preferido investir em modalidades com taxas de inadimplência menores, já que o crédito para veículos – o atual terceiro colocado – têm uma porcentagem maior de calotes. “Considerando também que ainda há demanda por residências, a perspectiva é que o crédito imobiliário cresça acima da média das demais modalidades em 2013”, afirma Rabi.

O financiamento para a compra de um imóvel era o líder na busca por crédito até meados de 2001, quando perdeu para o nicho de automóveis. Em novembro de 2012 ele representava 24,8% da fatia de crédito destinado às pessoas físicas, segundo o Banco Central, atrás do crédito pessoal (25,8%) e seguido pelo automotivo (18,5%). Desde 2008, a busca por esse tipo de serviço voltou a crescer, de acordo com o mercado, devido principalmente à ampliação do limite e prazo dos empréstimos, pela estabilidade econômica e a expansão do emprego e da renda dos brasileiros.

“É um processo natural, mas ainda é novidade no Brasil. Planejar o futuro está mais barato no país hoje, e o crédito imobiliário cai como uma luva”, afirma André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.

Apesar disso, ressalta o economista da Serasa, a parcela do financiamento imobiliário no Brasil ainda é baixa. No Reino Unido ela corresponde a 84% do Produto Interno Bruto (PIB), nos Estados Unidos representa 76% e no Brasil apenas 6%.

Com informações da Folha de S. Paulo.